Muito mais do que os principais veículos da mídia e do entretenimento fizeram a opinião pública pensar nos últimos anos – claro, para vender ($) em cima das cobiças de nós, seres caídos – Madonna não é somente símbolo de uma “revolução sexual”. Ela é símbolo da iniquidade de toda uma geração de mulheres e até de homens.
E, aqui, vou me utilizar do texto da filósofa e jornalista Teté Ribeiro, que tem muito mais propriedade e competência para falar de Madonna do que eu. O que conheço desta artista são alguns clipes e matérias veiculadas na MTV dos anos 1990 e algo de sua relação com a revolução sexual e o tema do feminismo, que aprendi na disciplina “Comunicação e Cultura”, quando cursava Comunicação Social na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), há quase 20 anos.
Um ponto que já preciso começar a tocar aqui é que, sem que percebamos, somos levados a enxergar o mundo a partir dos olhos da cultura que nos é imposta. Aprendi, dentro da Universidade, o imenso poder da comunicação, das mídias, da imprensa (o quarto poder), dos formadores de opinião em moldar as mentes incautas à sua visão de mundo, às suas ideias, aos seus padrões. E, quando falava isso, por exemplo, na mesa do almoço em minha casa, sempre fui considerado o “do contra”, porque todos estavam tão imersos na realidade produzida pelas mídias diversas, que não podiam ver.
Tempo passou, e aprendi a analisar o mundo não mais com a mente daquilo que me era imposto a partir dos meios de comunicação formadores de opinião. Mas com a “mente de Cristo” (1 Coríntios 2.16). Sim, quando Cristo passa a ser Senhor da minha ou da sua vida, nossa cosmovisão passa a ser a dEle, e não mais a nossa, ou a que a cultura e os formadores de opinião nos impõem. E, ao enxergar o mundo sob as lentes de Cristo, as coisas realmente belas passam a ser ainda mais belas; e as realmente feias em sua essência, passam a causar aversão.
É preciso deixar claro que essa aversão não é a pessoas, jamais, porque o cerne do cristianismo é amor a Deus sobre todas as coisas – sobre todas as coisas mesmo, inclusive sobre a cultura imposta, quando esta vai de encontro a tudo o que é justo diante do Justo Juiz – e amor ao próximo como à própria vida. Essa aversão é a espíritos malignos, contra os quais a luta espiritual dos cristãos é travada: “pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6.12).
E estes espíritos malignos se utilizam de pessoas que não têm o conhecimento verdadeiro de Deus (1 João 3.1-10) para colocar em prática seus planos. Assim como existem pessoas neste mundo que são instrumentos de Deus para bênção do próximo, existem outras que são instrumentos do Maligno para a maldição de suas próprias vidas e do próximo.
E, embora tais pessoas ainda possam fazer algo de bom, isso se deve exclusivamente à graça comum de Deus, a doutrina de que Deus abençoa tanto justos, quanto injustos nesta vida (Mateus 5.43-48), sendo que tudo aquilo que é realmente bom de acordo com a santidade de Deus vem dEle (Tiago 1.17), ainda que seja realizado por um ímpio. E, em última instância, as boas obras dos ímpios acabam sendo fruto de sua vaidade (Eclesiastes 1.14), dando glória a si mesmos, ao invés de creditarem a glória Àquele que os criou e que sustenta seus batimentos cardíacos (Romanos 1.18-32). Essas obras não passarão do teste do fogo (1 Co 3.11-13), pois boas obras não têm poder para salvar, mas somente a fé na pessoa de Jesus Cristo (Ef 2.8-10; At 4.12).
Diante disso, é necessário deixar claro – para concluir este raciocínio inicial – que todos os que rejeitam o sacrifício do Filho de Deus para que tenham os seus pecados perdoados e herdem a vida eterna, sendo salvos, portanto, da ira vindoura de Deus contra todo o pecado, impiedade e injustiça, estão, inexoravelmente, sob condenação eterna (João 3.16-18). Serão julgados e condenados na ocasião do Juízo Final, o retorno de Jesus para julgar vivos e mortos (At 17.31; 2Tm 4.1; 2Co 5.10; Ap 2.10; Mt 10.32-33; Mt 24.30), ao passo que os escolhidos de Deus em Cristo Jesus receberão o seu galardão (Mt 5.12; Lc 6.23; Cl 3.24; Hb 10.35; Ap 22.12; Mt 25.21; Tg 1.12).
O que Madonna representa
Dito isso, vamos às considerações a respeito do que Madonna representa. É óbvio que a cantora não é a “personificação do mal”, porque ela também foi criada à imagem e semelhança de Deus (Gn 1 e 2), embora essa imagem e semelhança estejam substancialmente manchadas pelo pecado (Gn 3) – situação de todas as pessoas debaixo do sol, a não ser que Jesus Cristo as “limpe” (Jo 1; 1 Co 5.17); e, mesmo assim, a obra santificadora é progressiva (João 17.17) e somente será concluída na Eternidade (Fp 1.6). Madonna foi escolhida como objeto deste artigo, porque é ela que está em voga e a idolatria a ela é sem escrúpulos nos principais veículos da mídia. Tudo o que ela faz é digno de glória para a maioria dos formadores de opinião – de forma que o que estamos fazendo aqui é perigoso!
Entretanto, estamos aqui para trazer nossa cosmovisão sobre a cultura que Madonna – Anitta, Pablo Vittar e tantos outros – representa. Ela se permite ser, sim, um veículo pelo qual o mal é disseminado pelo mundo. Vamos usar as palavras cheias de propriedade da própria Téte Ribeiro sobre a artista, em seu texto que no Google aparece intitulado como “Madonna ensinou sexo e sacanagem às mulheres”:
“(…) Então surgiu Madonna (…) A única parte que ela rejeitou foi a da mulherzinha que “deixa” um homem transar com ela por gentileza, etiqueta ou obrigação. Ela queria. E queria muito.
Madonna não virou ícone gay por acaso, ela foi atrás disso, como de tudo que conquistou na vida e na obra, batalhando por cada micro pedaço de tudo que acumulou nos 40 anos de carreira, esses que estão sendo celebrados nessa turnê. (…)
Sauna gay, meu Deus, sauna gay. O quarto escuro das boates, os banheiros das academias de ginástica, os “glory holes” (dê um Google), os encontros escondidos em que ninguém nem perguntava o nome de ninguém. Sentiu tesão, foi recíproco, rolava a transa e fim. Quanta liberdade sexual, tudo tão simples, tão fácil, tão sem nó. Tão inacessível para uma mulher nos anos 1980″.
“E então, como um furacão de outro planeta, Madonna realizou o desejo secreto de uma grande porcentagem de nós: ela viu o que rolava entre os homens gays, quis para ela também e ainda abriu as portas para quem quisesse segui-la. (…)
O mundo gay deu à Madonna a chave do prazer no sexo. E ela, por meio de suas músicas, sua atitude, suas entrevistas, seu documentário, o livro “Sex”, os clipes, os figurinos dos shows, os namoros, os casos, os casamentos e, claro, seu sucesso estrondoso, mostrou a todas nós, adolescentes nos anos 1980, que dava para jogar no lixo todas as convenções e fazer sexo como (alguns) gays.
Não tinha uma mulher gostosa considerada inteligente e no controle de sua vida. E ser sexualmente voraz podia destruir a reputação de uma mulher. Não tinha marcha das vadias nos anos 1980.
Foi a Madonna que vestiu publicamente, pela primeira vez, na pessoa jurídica, para o mundo todo ver, esse modelo de mulher que faz o que for preciso para transar com quem quiser, quantas vezes tiver vontade. E que ia ser gostosa, sim, para atrair potenciais parceiros, sim, mas era ela que ia escolher. E seria levada a sério como artista no processo.
E ainda brincou com fetiches, com sadomasoquismo, coisa considerada doentia, de gente perversa, perigosa. Ela foi lá ver do que se tratava e mostrou ao mundo. Talvez tenha conhecido numa boate secreta do Meatpacking District de Nova York, que hoje em dia é chique e caro, mas que nos anos 1980 reunia os açougues e distribuidores de carne da cidade e cheirava a carniça. À noite abria umas boates sinistras em que pessoas igualmente sinistras davam vazão aos seus desejos mais secretos.
Madonna levantou o véu que cobria esse submundo e convidou a gente para brincar com ela (…)”.
Celebrações do mundo
Isso foi escrito por uma formadora de opinião influente a respeito de Madonna. E essa é a visão de grande parte dos formadores de opinião e, consequentemente, da sociedade sobre a artista. Até mesmo alguns ditos cristãos – lembra, aqueles que deveriam ter a cosmovisão de Jesus Cristo – foram ao show, se reuniram em suas casas para assistir a apresentação e celebraram o fato do dinheiro público ser gasto com o show da “Rainha do Pop”.
Professores universitários também celebraram o fato da geração de renda promovida com a vinda da artista – algo em torno de R$ 293,4 milhões de reais para a economia local, por meio de gastos com alimentação, transporte, hospedagem e turismo.
Acontece que o cristão já não serve mais a seu próprio ventre (Rm 16.18-19) ou a Mamon (Mt 6.24) – leia-se “dinheiro”. Ele não celebra geração de renda a partir de pecado, de iniquidade, de impiedade. Ele aprendeu a amar o que o seu Senhor ama (Jo 14.15,21), e a abominar o que o seu Senhor abomina (Sl 5.4; Is 59.2).
E Deus odeia tanto o pecado, porque é justamente ele que causou a separação entre o Criador e o homem – porque Deus é Santo, Santo, Santo – e foi por causa do pecado que Deus enviou Seu Filho para ser moído numa cruz (que era para nós, pecadores, e não para Ele, Santo) pelo perdão dos nossos pecados. O salário do pecado é a morte – portanto, era nós que deveríamos receber esse salário lá na cruz, pela nossa iniquidade. Mas o dom gratuito de Deus é o perdão dos pecados e a vida eterna a todo aquele que crer e receber Seu Filho como Salvador (por ter nos livrado da ira vindoura por Seu sacrifício) e Senhor de nossas vidas.
É por isso que é impossível para o cristão celebrar a vinda de Madonna e mesmo os “bens” que ela faz girar em nossa nação. Para o cristão, aquele “espetáculo” é a espetacularização do pecado e da morte. É zombaria com a santidade do Senhor do Universo, com o Senhor de suas vidas, com Aquele que os salvou. É a completa glamourização do pecado, da luxúria, do sexo desenfreado, da homossexualidade, da falta de pudores e escrúpulos, da promiscuidade, da libertinagem, do adultério, da banalização da religião, da família, do sadomasoquismo e de tantas outras perversidades.
Agora olhe para os valores que são amplamente disseminados na cultura de nossa sociedade, influenciando desde as crianças até os idosos. Madonna foi poderosamente usada para “normalizar” esse ciclo de pecados em nossa sociedade. E fez inúmeros discípulos e discípulas Brasil e mundo afora.
A Bíblia afirma que Satanás se disfarça da Anjo de Luz (1 Coríntios 11.14). E é verdade. Por trás de tudo o que o mundo considerou belo no “espetáculo” de Madonna, estava toda a feiura produzida pelo pecado humano e que vai ao encontro dos corações caídos e cobiçosos de homens e mulheres.
Jesus, ao orar ao Pai, afirma o seguinte sobre os seus discípulos, que vivem na contracultura deste mundo imerso sob o poder do Maligno (1 João 5.10): “Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17.14-17).
Minha oração é que o Senhor Deus tenha misericórdia de Madonna (e de seus discípulos), convencendo-a do pecado em que o mundo está e que ela vive e dissemina, rejeitando a Cristo; convencendo-a da justiça de Deus, realizada somente pelo sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Calvário pelo perdão dos pecados de todo o que nEle crê, concedendo a estes nova vida de amor a Deus neste mundo e vida eterna na Nova Jerusalém; e convencendo-a do juízo vindouro, que acarretará na condenação eterna de todo o que rejeita o Senhor Jesus Cristo como Deus verdadeiro, Senhor da criação e Salvador do mundo.
Gustavo Gouvêa é jornalista profissional, editor da coluna Fé Pública, mestre em Ciências Sociais e bacharel em Teologia
Ok. Só uma pergunta: qual a sua leitura dos sucessos dos anos 1990 como do É o Tcham e a dança da boquinha da garrafa e de outros tantos grupos semelhantes? Lembro que, na época, os pais incentivavam as crianças a dançarem igual. Era machista e as mulheres na condição de objeto. A manutenção do machismo não era contestada. Mas vejo o quanto Madonna causa incômodo.
Olá Daniella, boa noite! Esses grupos que pregavam e ainda pregam a pornografia, a objetificação da mulher, a apologia a drogas, a glamourização da embriaguez e do adultério, a banalização do sexo, a ostentação de dinheiro e poder e afins… são veículos da iniquidade. O artigo calhou de ser sobre Madonna porque é ela que está em voga.
NÃO GOSTOU DO SHOW ?
DESLIGUE A TV.
Como o mal ainda ecoa nas gerações!!! como você citou Guga realmente a cantora conquistou épocas e atraiu gerações usando do desejo pecaminoso do homem. Que o Senhor tenha misericórdia de mais uma gerações que deixa levar pela iniquidade e promiscuidade.
Na próxima oportunidade, escreva sobre a Marcha para Jesus e sobre o Jesus Vida Verão – barulho, transtornos no trânsito, investimento de recursos públicos e presenca de crianças e adolescentes.
Outra sugestão é escrever também sobre gastos de dinheiro público na noite de 31 de dezembro.