A escalada da violência no interior do Espírito Santo foi o principal tema dos discursos na sessão desta segunda-feira (17) na Assembleia Legislativa (Ales). Deputados denunciaram furtos, tiroteios e depredação de patrimônio público em diversas cidades e cobraram reforço na segurança pública, além de ações mais efetivas do governo estadual para conter a criminalidade.
O deputado Coronel Weliton (PRD) apresentou um vídeo com imagens de uma troca de tiros em Iúna e pediu mais efetivo policial para a região do Caparaó. Para ele, a falta de policiais tem agravado os casos de violência, e a burocracia no atendimento do 190 estaria comprometendo a resposta das forças de segurança.

“Fatos como esses, de troca de tiros, de tiros nas propriedades, têm sido muito comuns, e infelizmente esses casos ainda estão acontecendo por conta da defasagem do número de efetivo”, afirmou o parlamentar.
Já o deputado Callegari (PL) destacou a onda de furtos em Vargem Alta e cobrou mais repressão contra criminosos. “Nas últimas semanas já foram mais de cinco arrombamentos numa cidadezinha de 20 mil habitantes. A violência tomou conta do campo no Espírito Santo, tomou conta das pequenas cidades. Volto a dizer, o que gera violência? Primeiro a desconstrução moral que o Brasil sofreu nos últimos anos (…). E, em segundo lugar, a falta da única linguagem que vagabundo entende, que é repressão, repressão e repressão”, disparou.
O parlamentar sugeriu que o governo estadual instale companhias independentes de polícia em municípios menores de 30 mil habitantes que apresentem altos índices de criminalidade. Ele propôs que as unidades sejam realocadas periodicamente, conforme a evolução dos números da violência.
O deputado Mazinho dos Anjos (PSDB) cobrou do governo estadual a inclusão de um eixo específico de proteção à agropecuária dentro do programa Estado Presente, voltado ao combate à criminalidade. Segundo ele, furtos e homicídios cresceram nas regiões Norte e Noroeste, afetando a produção agrícola.
“Em Boa Esperança, recentemente, teve furto de pimenta e café. Em Ecoporanga, um proprietário ficou refém de uma quadrilha em sua fazenda”, relatou.

O parlamentar destacou que o Estado Presente, criado em 2011, já reduziu os homicídios no Espírito Santo em cerca de 65%, mas foi pensado para áreas urbanas. Para ele, a falta de ações voltadas ao interior tem deixado produtores rurais vulneráveis.
Mazinho defendeu a criação de cercos de segurança e estratégias específicas para o campo. Ele ressaltou que a agropecuária é fundamental para a economia do Espírito Santo e precisa de mais proteção.