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ES tem redução de 44% nas mamografias em público mais suscetível ao câncer, aponta TCE

O número de mamografias realizadas no público feminino de 50 a 69 anos na rede pública do Espírito Santo caiu mais de 44% no comparativo entre os anos de 2019 e 2020. A redução está diretamente associada ao impacto da pandemia de Covid-19 e os efeitos perduram ao longo deste ano.

Em 2019, o estado ficou em 2º lugar nacional no número de realização de mamografia por rastreamento, com 66.077 exames. Já em 2020, devido à crise sanitária global, o número ficou em 36.690. Apesar da queda expressiva, o ES alcançou o 3º melhor nível no ranking entre os estados. Os dados são de uma auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) e se referem às mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já até junho deste ano, apenas 19.291 exames haviam sido realizados. A redução nos números causa preocupação. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), de cada cinco mulheres diagnosticadas com câncer de mama, quatro estão nessa faixa etária analisada pelo levantamento.

Motivos

A auditora de Controle Externo do TCE-ES, Mayte Aguiar, cita dois motivos para a diminuição. “As pessoas deixaram de procurar o serviço de saúde e, por outro lado, o serviço ficou paralisado por um tempo, deixando de ser ofertado”, aponta. Ela lembra que a diminuição no setor privado também ocorreu, mas em menor grau do que na rede pública.

“De uma maneira geral, temos que saber se as mulheres estão, de fato, chegando na unidades básicas de saúde, se estão sendo informadas, seja por meio de campanhas ou busca ativa dos agentes de saúde”, destaca a coordenadora.

No Espírito Santo, 42% desses exames são realizados no último trimestre do ano, o que justifica o impacto da Campanha do Outubro Rosa. “Ou seja, quando a gente faz a campanha, há uma série de ações concretas por parte do poder público e um empenho maior dos gestores”, enfatiza.

ES tem redução de 44% nas mamografias em público mais suscetível ao câncer, aponta TCE
Campanha do Outubro Rosa é essencial para aumento da procura pelo exame no final do ano. (Foto: Reprodução/Internet)

Demora na liberação e problemas no planejamento

Uma vez com a paciente na unidade, a próxima etapa é saber se os exames estão sendo ofertados em quantidade percentual adequada e em tempo hábil.

O tempo de espera é um agravante. Dos 225.058 exames realizados no Espírito Santo entre 2017 e 2020 em mulheres de 50 a 69 anos, em cerca de 43% (98.517), a paciente teve que esperar mais de 60 dias entre a solicitação e a emissão do laudo. Neste quesito, o Espírito Santo tem a 4ª pior colocação nacional entre os estados.

“Nós encontramos mulheres que estão na fila de espera há mais de um ano. Isso causa um descrédito em relação à campanha. A mulher deixa de procurar o sistema de saúde”, observa Aguiar ao lembrar que a faixa etária requer maiores cuidados.

A auditoria apurou que em sete municípios, há somente um prestador do serviço, ou seja, empresa privada contratada pela rede pública. São eles: Iconha, Mimoso do Sul, Jerônimo Monteiro, Atílio Vivácqua, Muqui, Fundão e Mantenópolis. Em alguns desses municípios, ainda, houve a indisponibilidade total da oferta de exames de mamografia por dependerem exclusivamente de um único prestador.

“Às vezes, esse prestador privado atende a 4 ou 5 municípios da região. Onde não há oferta de equipamento próprio no município, as pacientes se deslocam para onde o serviço é ofertado. Se a máquina desse prestador estiver com algum defeito, a fila que já é grande fica ainda maior. O ideal seria ter mais de um prestador disponível em casos de problemas”, ressalta.

Ações

A partir da auditoria, o TCE-ES recomenda que os municípios instituem uma Carta de Serviços ao Usuário. O documento deve conter informações claras e precisas em relação aos serviços prestados.

Além disso, a concretização das ações de políticas públicas são essenciais. “Tem que estar na agenda polícia a necessidade de planejamento e de conhecimento da própria rede. Às vezes, os municípios desconhecem a quantidade de exames que podem realizar, o tempo de espera enfrentado por essas mulheres. É preciso um olhar estratégico e ações concretas para mudar essa realidade”, conclui.

A auditoria

O relatório da auditoria foi realizado pelo Núcleo de Avaliação e monitoramento de Políticas Públicas de Saúde (NSaúde). E já está em análise pelo relator do processo, conselheiro Sérgio Aboudib. Conforme sugestão da área técnica do TCE-ES, devem ser feitas recomendações aos municípios onde foram encontrados problemas. Após a deliberação do TCE-ES, os municípios serão monitorados para verificar se os problemas foram resolvidos.

Foram feitos levantamentos e pesquisas contemplando todos os 78 municípios do Estado; além disso, após a coleta de dados, foi realizada uma fiscalização de forma presencial em oito municípios, além da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Foto em destaque: Divulgação/Sesc Pará

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