Lazer e geração de emprego. Essa é uma boa combinação! Um reflexo disso é o crescimento no número de vagas de trabalho e pessoas que buscam o Espírito Santo como destino para viagens.
De acordo com a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o Espírito Santo ficou entre os 10 estados brasileiros que mais registraram empregos na área de turismo no primeiro trimestre de 2024.
De acordo com o mestre em economia Pablo Lira, na geração de empregos do Estado, mais de 9% das vagas estavam diretamente vinculadas às atividades características do turismo.
“Quando vemos isso, podemos observar a importância do turismo e como ele está movimentando a economia. O Espírito Santo tem muitos atributos que reforçam esse papel de destaque da economia do turismo projetando o nosso estado e os capixabas para o Brasil e para o mundo”, disse Lira.
Antônio Rocha, doutor em economia, comentou que apesar do crescimento, o Espírito Santo ainda está abaixo da média do Sudeste e do Brasil em relação a receber turistas e explica o motivo.
“Estamos um pouco abaixo da média do sudeste e do Brasil, porque estamos competindo com grandes estados que já têm uma vocação turística muito marcante na sua história como Rio de Janeiro, São Paulo e até Minas Gerais. Mas a gente observa que ao longo dessa série histórica, seguimos uma tendência de crescimento”, esclareceu.
Antônio destaca ainda que mais da metade das ocupações do turismo estão no setor de alimentação, seguido de transporte, alojamento e atividades culturais.
Turismo gerando emprego
O secretário de Turismo, Philipe Lemos, relata que o setor turístico está gerando mais vagas de empregos. “Isso é reflexo das políticas públicas que o governo tem implementado na qualificação, nas linhas de crédito, empreendedorismo, que tem fomentado essa formalização do trabalho nessas atividades características do turismo”, comentou.
Antônio Rocha destaca que, na geração de emprego dentro do ramo de turismo, o setor de transporte alcançou 478 novos postos de trabalho. Já o seguimento de alimentação, no acumulado de quatro trimestres, gerou 467 novos empregos.
Rocha ressalta que houve redução da taxa de informalidade no Espírito Santo, sendo o menor valor da história. “Alcançamos aí 31,1% dentro de informalidade no setor turístico”, disse.
Além disso, o doutor em economia pontua que a remuneração para o setor aumentou. É a primeira vez que a remuneração no turismo ultrapassa os R$2.865 reais.
“Estamos nos aproximando dos R$ 2.900, com um rendimento médio real, já descontado a inflação. No primeiro trimestre alcançamos R$ 2.866 de rendimento médio real. É a primeira vez que a economia do Espírito Santo superou os R$ 3.000 no rendimento médio do trabalho principal”, ressaltou.
Vitória é o município que mais contratou
Antônio destaca ainda que, tanto na admissão como na demissão de trabalhadores, Vitória foi o município que admitiu 2.564 trabalhadores, ao mesmo tempo em que demitiu 2.539.
“Temos saldos positivos e negativos. Na lista temos Cachoeiro com o maior saldo, seguido de São Gabriel, Colatina e Serra. Do lado contrário, quem mais demitiu entre foi no município de Guarapari, Vila Velha, Anchieta, Linhares, Cariacica”, contou.
Cerco eletrônico ajudando no turismo
Segundo o Analista Executivo SETUR, Rafael Granvilla, o Cerco Eletrônico Inteligente será um grande aliado em relação ao estudo dos turistas no Espírito Santo.
“Ele traz a possibilidade da gente analisar fluxos turísticos. Sabemos que o Cerco Inteligente gerando dados e informações sobre o fluxo do trânsito de forma geral, nas estradas e nas cidades, a gente pode aproveitar isso para uma análise do fluxo turístico, entendendo aí como é que foi no feriado, movimentação, como foi a descida para a praia no verão, a subida para as montanhas no inverno. Assim, a gente vai acompanhar essa sazonalidade”, pontuou.
O analista informou ainda que a equipe vai contar com dados da Fazenda Estadual para avaliar gastos dos turistas. “Obtendo esses dados, a gente tem a possibilidade de estudar melhor como é a forma de consumo do turista, onde está se distribuindo esses gastos, entre outros.”
Recuperando a ocupação hoteleira
Segundo Rafael, a equipe está trabalhando para recuperar as ocupações dos hotéis. Isso porque após a pandemia, os números de visitantes caíram.
“Estamos vendo uma recuperação pós-pandemia. Temos um marco em 2020 onde chamamos no nível azul, que ficou tudo igual. Em seguida, 2021 fomos para o verde, momento que houve uma melhora. Em março começamos a quase retomar aos patamares de antes da pandemia. Em 2024, começamos a observar os números até superiores a 2019. Para nós é muito positivo, significa que a gente está avançando”, finalizou.