“Todos os dias quando acordo/ Não tenho mais o tempo que passou/ Mas tenho muito tempo/ Temos todo o tempo do mundo”, diz a letra do lendário Renato Russo, líder da Legião Urbana que, com ares messiânicos, guiava plateias de adolescentes que lotavam os estádios para ouvir as suas profecias.
O tempo continua o mesmo de antes, no entanto, a vida parece mais corrida. As pessoas estão cada vez com menos tempo umas para as outras. E, a vida está passando. Como conciliar a vida, os afazeres com o que realmente importa? Afinal, estamos dando valor e dispondo de tempo para o que essencialmente tem valor?
Levar meus dois filhos para a escola à pé faz parte da minha rotina de todas as manhãs. É o tempo que me permito prestar atenção no que eles consideram importante. Paramos para olhar flores, bichinhos que aparecem no chão, cachorros etc. Em uma determinada escada, todas as manhãs encontramos um senhor. Já com a idade avançada e com um sorriso no rosto, ele dispõe o seu tempo para trocar conversas com meu filho mais velho, Victor.
A cena hoje me marcou tanto que pedi um registro em fotos. O Victor falou com o vovô: “Você pode fazer carinho no meu irmão”. Ainda perguntou o que eram os machucados nos pés do idoso, que respondeu: “É que o vovô já trabalhou muito”.
O que tiro de lição é que: precisamos ter tempo para quem de fato importa. Ah, mas você pode pensar que tem dois, três filhos, trabalho, casa, marido e uma infinidade de atividades. Pensa comigo: se você dá conta disso tudo diariamente, você também consegue parar 10 minutos para mandar um ‘oi’ aos seus familiares, amigos, por exemplo.
O importante é entender que a vida é curta e que precisamos criar tempo para estarmos em conexão com essas pessoas. O melhor da vida são os elos que criamos, o carinho que recebemos e damos. Desperte!
