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Dezembro tem maior número de mortes por coronavírus no ES desde julho

O Espírito Santo registrou, em dezembro, o maior número por mês de mortes em decorrência do coronavírus desde julho, revelam os dados do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), atualizado diariamente.

Ao todo, até às 17h de terça-feira (29), 706 pessoas haviam morrido pela doença no estado no último mês do ano. O número é maior que os vistos em agosto, setembro, outubro e em novembro, e só não supera o de julho (veja no gráfico abaixo).

Fora isso, o número também representa, até o momento, um aumento de 54% em comparação com o total de mortes registradas em novembro.

Leia também: Vila Velha pode chegar a média móvel de óbitos do pior momento da pandemia, diz secretário

Entre o municípios que mais registraram mortes em dezembro pela Covid-19, até terça, estão: Vila Velha (99), Vitória (71), Cariacica (65), Serra (56) e Cachoeiro de Itapemirim (44).

Possibilidades

  • Dezembro tem maior número de mortes por coronavírus no ES desde julho
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  • Foto: Reprodução/Twitter

Para a chefe do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Larissa Dell’Antonio, o porquê deste cenário deve-se a uma somatória de fatores que se tem observado.

“A gente pode levantar algumas possibilidades. Será porque, num primeiro momento, as pessoas com mais de 60 anos ficaram realmente mais protegidas e agora voltam às atividades? Ou os netos, filhos que voltaram as atividades e acabam tendo um contato com eles dentro de casa? A gente tem, infelizmente, observado que as pessoas negligenciam o uso de máscaras, a questão do próprio distanciamento em filas, eventos”, disse, ressaltando que, embora pessoas com idade entre 30 a 49 anos sejam mais afetadas, a quantidade maior de mortes está entre as com mais de 60 anos.

Com base nos dados do Painel Covid-19, das mais de 5 mil mortes pelo vírus no estado, 491 tinham idade entre 30 e 49 anos. Por outro lado, as vítimas de 60 a 79 anos, que, na prática, se contaminam menos, representam, ao todo, 48% do total de óbitos registrados no Espírito Santo (2.437).

Em relação a isso, Larissa explica que o padrão de óbitos na segunda fase de expansão da pandemia em território capixaba não se diferencia muito da primeira. Ela ainda esclarece que o termo “segunda onda” não é empregado pela Sesa porque o estado ainda vive a primeira onda da pandemia, mas com uma nova crescente de casos e mortes dentro dela.

“A casuística, no caso, a quantidade maior de confirmações, é na faixa etária de 30 a 49 anos. Porém, os óbitos, continuam sendo entre as pessoas mais velhas, com mais de 60 anos. Então, o perfil, vamos colocar, sócio demográfico, onde eu posso olhar, sexo e faixa etária, ainda é semelhante com o da primeira fase de expansão”, disse.

Além disso, Larissa pontua que a maioria das 55 mortes registradas na segunda-feira (28), recorde em meses, eram da última semana. Diariamente, o Painel Covid-19 mostra os dados registrados no dia. No entanto, mortes e casos podem ter acontecido, tal qual a maioria das vezes, em dias anteriores.

Com base nisso, a chefe do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa chama atenção para os dias 10, 17 e 18 de dezembro, onde, respectivamente, no dia, 35, 34 e 32 pessoas morreram em decorrência do coronavírus.

O cenário não é nada favorável

Se em 2020 o cenário da pandemia não foi favorável e sem trégua no Espírito Santo e em todo o país, para 2021 as expectativas não são nada positivas, nem animadoras.

A chefe do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa explica que o mês de dezembro está colhendo infecções das eleições e eventos, que em geral, provocaram aglomerações, como, por exemplo, festas clandestinas.

Além disso, Larissa conta, ainda, que a estimativa do período de incubação do coronavírus seja de 2 a 14 dias. Ou seja, o vírus teria esse tempo para se manifestar. Ela ainda explica que após o sétimo dia, a pessoa começa a manifestar sintomas. Indo além, algumas já entram com um quadro mais grave de Covid-19 e outras demoram, na média, pelo menos seis dias.

“É possível que na próxima semana a gente já comece a colher resultados no Natal. E aí realmente, na primeira quinzena, a captar essas pessoas, notificar… E aí, durante todo esse mês, tanto novos notificados, quanto a confirmação deles. E, infelizmente, alguns podem evoluir a óbito. Então, assim, o cenário não é favorável”, destacou, ressaltando que profissionais de saúde estão cansados e que “as pessoas estão negligenciando por capricho”.

Matheus Passos
Matheus Passos
Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário Faesa, atua como repórter multimídia no ESHoje desde abril de 2021. Atualmente também apresenta e produz o podcast ESOuVe. Ingressou como estagiário em junho de 2019. Antes atuou na Unidade de Comunicação Integrada da Federação das Indústrias do Estado (Findes).

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