A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) anunciou que vai reforçar a segurança nos campis com a presença de policiais militares aposentados. A proposta já teria sido, inclusive, aprovada em assembleia e deve ser assinada no dia 6 de novembro. Com a medida, os vigilantes temem perder o emprego.
Na última terça-feira (28), os sindicatos Sindseg-GV/ES e Sindivigilantes se reuniram com representantes da comunidade acadêmica e da reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a fim de resolver os problemas relacionados à substituição dos trabalhadores por policiais militares aposentados.
A reunião aconteceu às 15h, e segundo o presidente do Sindseg, Serafim Gerson Camilo, não houve acordo porque o reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, está em Brasília. Uma nova conversa está prevista para acontecer na próxima segunda-feira (3). Do contrário, os vigilantes prometem fazer uma manifestação.
Segundo Serafim Gerson Camilo, a equipe da Ufes foi diminuindo os vigilantes até que eles não fossem mais suficientes para manter a segurança no local. “Antes eram de 20 a 25 vigilantes. Hoje, em goiabeiras, são apenas seis. Não tem como mesmo, com um espaço daquele tamanho”.
O vigilante afirmou também que os militares já possuem renda da aposentadoria. Se passarem a atuar na Ufes, eles podem receber das às instituições que adotam serviços o salário de R$ 2.769,48. Por outro lado, o salário de um profissional de vigilância patrimonial é de R$ 1.344,15 e 30% de periculosidade, totalizando R$ 1.747,39, mais benefícios.
A Ufes afirma que “além de aumentar o contingente de segurança nos campi, esta iniciativa vai possibilitar uma economia para a Universidade de mais de R$ 3 milhões anuais, se comparado ao contrato de vigilância terceirizada. Esse convênio também muda nossa lógica de segurança, priorizando não apenas a segurança do patrimônio, mas principalmente a segurança das pessoas”, destacou o reitor em 8 de agosto, quando iniciou o curso de capacitação dos militares.
Porém, a Ufes não manifestou nenhum posicionamento em relação a dispensa ou remanejamento dos atuais seguranças. Informou apenas que o início dos trabalhos dos policiais militares vai acontecer assim que todos concluírem os cursos de capacitação.
Protesto
Na última segunda (27), os membros do sindicato realizaram um ato na frente da universidade, e em parte da Avenida Fernando Ferrari, com a distribuição de uma nota de repúdio, contra a proposta. Durante o ato, eles receberam apoio da comunidade acadêmica, funcionários e estudante, que não estariam de acordo com o convênio celebrado entre o Governo do Estado e a UFES.
Em Julho, a Ufes anunciou que teria toda a segurança reforçada nos quatro campis do Estado por 120 policiais militares da reserva. Um convênio foi assinado na manhã desta quinta-feira (5), no gabinete do Comando-Geral da PMES, em Maruípe.