As vezes me pergunto: por que somos tão pobres e tão burros? Meu pai dizia, quando éramos crianças e desperdiçávamos as coisas: “A burrice é a mãe da pobreza. Se você desperdiça hoje, amanhã poderá faltar!”.
No último dia 20 assistimos, com raro prazer a palestra do engenheiro Luiz Carlos Menezes a respeito de “Mobilidade urbana – Ligação Vitória/Vila Velha sobre a Terceira Ponte”, a convite da Fecomércio-ES.
O professor Luiz Carlos Menezes é capixaba, de Vitória, empresário de renome e um estudioso dos aspectos urbanísticos do país e do mundo e nos deu uma aula, com a ajuda de recursos audiovisuais, o que pensa seria necessário para suavizar a mobilidade urbana com o desaguar de milhares de veículos diariamente na Enseada do Suá, onde o trânsito se torna uma casa de loucos.
Presente, muitas pessoas interessadas no assunto e dois arquitetos: professor Antônio Chalhub e Bryan Noronha de Mendonça, que elogiaram a apresentação do professor Menezes e a simplicidade das obras necessárias por ele imaginadas para tirar a cidade do sufoco, quando os dias amanhecem e ao entardecer, quando milhares de automóveis acorrem à região.
Ao tempo que desenrolava a palestra do estudiosos em mobilidade urbana passei a imaginar como somos pobres e burros, ao mesmo tempo. Pobres porque não sabemos (nossas autoridades) manusear os recursos que nos caem às mãos e, burros, porque não permitimos que os mais inteligentes apresentem suas ideias.
A grosso modo, entre Estado e municípios do Espírito Santo existem 40 a 45% de servidores públicos inteiramente inúteis, desnecessários, consumindo rios de dinheiro, que poderiam ser utilizados em enriquecimento da própria sociedade, que tem que pagar a maior carga tributária do mundo, a energia mais cara do mundo, e os sistemas judiciários administrativos e políticos mais caros e burocráticos do mundo, afora a corrupção.
Negócio de dez dias antes a imprensa da capital publicava fotografias de moradores da Praça do Cauê, na Praia de Santa Helena, implorando à Prefeitura que volte atrás e construa um viaduto sobre a Praça do Cauê, ligando a Reta da Penha à praça de pedágio da Terceira Ponte.
Em 1714 foram construídas as eclusas do rio Sena, abrangendo a França e outros países da Europa, permitindo a regularização do nível do rio, as enchentes, permitindo a navegabilidade e o abastecimento d’água de milhões de pessoas.