A mobilidade urbana tem sido um tema recorrente para os capixabas. A 3ª ponte, principal via entre Vitória x Vila Velha (e vice-versa), cria um verdadeiros caos no trânsito quando fechada, deixando os motoristas completamente parados.
Já as obras da BR 262, que liga o Espírito Santo a Minas Gerais, podem ser paralisadas em 2019, devido ao orçamento da UNIÃO, segundo o Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra).
A reportagem do ESHOJE perguntou aos seis principais candidatos ao governo do Estado nas eleições: como eles pretendem trabalhar no tema mobilidade urbana? As respostas você confere abaixo:
Carlos Manato (PSL)
3ª ponte:
“A 3ª ponte é uma via muito importante. Não podem mais acontecer situações como o último bloqueio, quando pessoas ficaram mais de sete horas paradas, perdendo consultas e outros compromissos. Vamos exigir que a Rodosol instale as grades de proteção o mais rápido possível. E vamos discutir novas ações para melhorar o trânsito naquela via”.
BR 262:
“Quando a BR 262, vamos pedir a bancada federal – inclusive enquanto eu ainda for Deputado Federal – para colocar uma emenda impositiva para que esta obra seja realizada. Os recursos que temos, até o momento, dão para fazer 12 quilômetros. Mas nós queremos, com essa licitação, chegar até, no mínimo, Vitor Hugo. Por isso, temos que ter o apoio da bancada federal. Depois, continuaremos a buscar recursos para fazer a duplicação de todo o trecho que corta o Estado”.
André Moreira (PSOL)
3ª ponte:
“O próximo governador precisará ter coragem para pôr fim à novela sobre a cobrança de pedágio. O pedágio já foi suspenso, depois voltou com a tarifa reduzida pela metade e a indefinição permanece. De um lado, os grupos empresariais que têm a concessão da exploração da 3ª ponte e da ES 060 fazem lobby para manter a cobrança; de outro, o governo ‘barrigando’ uma decisão. E a população no meio de tudo isso continua pagando a tarifa de um sistema que já está pago. Para reduzir o tráfego na Terceira Ponte pretendemos pôr fim a outra novela. O aquaviário precisa urgentemente sair do papel e virar uma realidade. Esse é um importante modal para melhorar a mobilidade entre Vitória e Vila Velha”.
“Quanto à BR 262, a questão passa, necessariamente, pelo governo federal. Recente levantamento apontou que o governo federal precisaria de R$ 76 bilhões para concluir as milhares de obras paralisadas em todo o país. A duplicação da BR 262 está nessa enorme fila de obras inconclusas ou que nem saíram do papel. A Emenda Constitucional 95, que congela investimentos nos próximos 20 anos, torna as perspectivas ainda mais pessimistas. Se a EC 95 não for revogada, não haverá saída. O governo do PSOL não pretende contrair empréstimos para assumir obras como a da BR 262, que depois de pronta será entregue à iniciativa privada de mãos beijadas”.
Aridelmo Teixeira (PTB)
3ª ponte:
“É comum, para boa parte da população, usar o carro para tudo. Eu já não tenho carro há mais de um ano e meio, e com isso, economizei 80% por ano. Vou onde eu quero, quando eu quero, por meio de aplicativos de transporte. Mas, a tendência do mundo hoje, principalmente em alguns países da Europa, é deixar o carro particular em casa e usar o comunitário. Por isso, no meu mandato, investiremos em um sistema coletivo melhorado, um novo Transcol que estará no sistema Bus Rapid Service Transit (BRS), o Ônibus de Trânsito Rápido. Devemos melhorar o sistema coletivo, os terminais, instalar ar condicionado nos ônibus, para que assim a qualidade de vida da população cresça. Também queremos reestruturar o projeto do Aquaviário, apoiar à implantação de ciclovias e incentivar as Prefeituras nos projetos de bicicletas compartilhadas. Essas mudanças reduzirão o tempo de deslocamento nas cidades, contribuindo para desafogar o congestionamento que ocorre na terceira ponte”.
BR 262:
“Em relação à duplicação da BR 262, é responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Uma etapa está a cargo do governo federal, que são dois trechos a serem duplicados pela União, um já em andamento e outro em vias de. Com a conclusão desta etapa, os gargalos que impediam a privatização vão deixar de existir, facilitando a concessão à inciativa privada para a duplicação de ponta e ponta. O que podemos fazer é garantir a agilidade da gestão de todos estes processos”.
Renato Casagrande (PSB)
3ª ponte:
“Em nosso governo elaboramos um projeto para melhorar os acessos à 3ª Ponte, e pretendemos retomá-lo. Em nossa proposta, prevíamos a criação de uma grande praça em Vila Velha, com a unificação das pistas de chegada à cidade, por meio da cobertura do canal Bigossi. Algumas áreas chegaram a ser desapropriadas e, com isso, seria possível transferirmos para esta nova praça as cabines de cobrança de pedágio, para os motoristas que seguem de Vitória com destino à cidade de Vila Velha, desafogando o fluxo nos acesso pela capital. Além disso, achamos necessário dar continuidade a outro estudo que deixamos, que prevê a demolição da mureta central para a criação de uma terceira faixa na ponte. Queremos ainda analisar a possibilidade de inclusão de novas tecnologias que permitam ao condutor trafegar pela ponte, sem a necessidade de parada para cobrança manual do pedágio”.
BR 262:
“Quanto à BR 262, as obras são executadas pelo DNIT, e dependem de recursos federais. No entanto, vamos traçar estratégias junto à bancada e dialogar diretamente com o governo federal para cobrar respostas mais efetivas para que a duplicação ocorra em sua totalidade. A BR 262 precisa de atenção permanente, e o governo do Estado dará o apoio necessário ao projeto, respeitando suas condições econômicas”.
Jackeline Rocha (PT):
“Logo nos primeiros meses de governo, traremos de forma emergencial os estudos para viabilização do Aquaviário, sendo um importante novo modal para mobilidade dos cidadãos e cidadãs capixabas. Faremos, também, plebiscito para saber qual a opinião do capixaba quanto à permanência do pedágio da 3ª ponte, que já foi pago, e hoje representa um gargalo no trânsito entre Vitoria e Vila Velha, prejudicando a rotina dos capixabas. Como um pilar de nosso plano de governo, teremos diálogo franco e aberto com instâncias municipais e, também, federais. Agiremos com o rigor necessário, para que o Estado não saia prejudicado, e o desenvolvimento da infraestrutura e logística seja fator continuo no Espírito Santo”.
Rose de Freitas (Podemos)
3ª ponte:
“Buscaremos implantar faixas móveis para dar mais fluência no sentido demandado. Precisamos ainda fazer um planejamento integrado para o trânsito com todos os municípios da Grande Vitória”.
BR 262:
“Vou trabalhar pela aprovação dos recursos que faltam. Os R$ 15 milhões que foram liberados no Orçamento da União este ano foram de caráter emergencial, para garantir o início da obra. Resolvemos esse primeiro passo. Mas em 2019 é preciso garantir novamente que os recursos estejam inseridos no Orçamento. E nós vamos fiscalizar e nos dedicar para isso”.