A chegada do outono, momento de transição entre a época mais úmida e quente do verão para o período mais frio e seco do inverno, reforça a necessidade de cuidados de saúde específicos para a prevenção de doenças e alergias respiratórias e oculares.
De acordo com a pneumologista e Especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, com a chegada do outono, é crucial estar atento aos cuidados respiratórios, pois as mudanças climáticas típicas desta estação podem desencadear o aumento das infecções respiratórias.
“O outono traz consigo um clima mais seco e quedas de temperatura, condições que favorecem o surgimento das infecções respiratórias como gripe, sinusite, rinite, bronquites e resfriados”, alerta. Com o clima seco, a poeira suspensa no ar e acumulada é péssima para quem já sofre de algum tipo de alergia, e com a chegada do outono, este fator só agrava o quadro.
“Além disso, é imprescindível manter-se hidratado durante todo o dia, pois a baixa umidade do ar pode causar ressecamento das vias respiratórias, tornando-as mais suscetíveis a infecções. Outro cuidado é com as roupas, nessa época mais fria é preciso retirar o que está guardado antes e fazer uma boa limpeza e colocar ao sol, justamente para evitar os ácaros no ar”, destaca a médica.
Outono e doenças oculares
O clima seco e frio, característico da estação, e a baixa luminosidade podem causar diversas doenças nos olhos nesse período, que podem atingir pessoas de todas as idades.
A síndrome do olho seco é muito comum nesta época. Segundo a oftalmologista do Hospital dos Olhos de Vitória, Dra. Marilia Reis, como há uma redução da umidade do ar no outono, os sintomas de secura e ressecamento oculares são exacerbados, com isso os pacientes sentem mais irritação, coceira, vermelhidão e podem até apresentar conjuntivites.
“Alguns pacientes possuem maior predisposição de serem acometidos pela síndrome do olho seco, são eles: os que possuem alguma doença reumatológica, alguma alteração hormonal, os que usam muitas telas durante o dia e que ficam em climas mais secos”, disse a oftalmologista.
Segundo a Dra. Marília, a prevenção está envolvida no tratamento das doenças reumatológicas, reposição hormonal, quando necessário, a redução da exposição a telas e uso mais frequente de lágrimas artificiais.
Porém alguns casos mais graves devem ser submetidos a tratamentos específicos não só com lubrificantes artificiais mas como também anti-inflamatórios, corticoides e até imunomoduladores. Além de ser de suma importância manter um acompanhamento periódico do oftalmologista.
Outra doença ocular ocasionada com frequência pelo outono é a conjuntivite. As mudanças climáticas e a poluição do ar podem aumentar o risco de irritações oculares, podendo levar ao seu desenvolvimento. Essa condição é uma inflamação da conjuntiva, que é uma membrana fina e transparente que reveste o globo ocular e a superfície interna das pálpebras. Suas causas costumam ser vírus, bactérias, alergias ou irritações.
Os tratamentos para conjuntivite bacteriana envolvem o uso de colírios com antibióticos. Já para a viral, não há medicamentos específicos, por isso a recomendação é não se descuidar da higiene dos olhos. Para os casos do tipo alérgico, são prescritos anti-histamínicos e descongestionantes oculares.
Por ser muito contagiosa, é importante lavar as mãos regularmente e evitar o contato direto com pessoas que tenham a doença, além de não compartilhar toalhas, travesseiros e outros objetos pessoais. Em caso de contaminação, é preciso não tocar nos olhos e lavar as mãos com frequência.