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Pets como terapeutas na saúde mental e física

O Dia do Gato, comemorado anualmente em 17 de fevereiro, foi criado por uma instituição italiana com o objetivo de ajudar a promover não somente campanhas contra os maus tratos, como também ações para incentivar a adoção dos felinos, que têm conquistado cada vez mais espaço nos lares e corações brasileiros.

De acordo com dados mais recentes do Instituto Pet Brasil (IPB), o número de gatos ultrapassou os 27 milhões em 2022. A maioria dos tutores de animais de estimação sabe a alegria imediata que esses bichinhos são capazes de trazer para a rotina de uma pessoa.

No entanto, o que muitas pessoas ainda não conhecem são os benefícios para a qualidade de vida que a construção de vínculos com um peludo – ou qualquer outro animalzinho – pode proporcionar.

Solidão, depressão, dificuldades de interação social, são questões frequentemente vividas por diversas pessoas no mundo atual que interferem na saúde mental ou são alertas que indicam que algo não vai bem. De acordo com a coordenadora do projeto “Animais Terapeutas” da Universidade de Vila Velha (UVV), Fernanda Vieira, a companhia de um animal de estimação traz inúmeros benefícios.

Pets como terapeutas na saúde mental e física
Fernanda Vieira, UVV

“A convivência com animais é capaz de promover conexões afetivas que melhoram os sinais de solidão e depressão, além de promover estímulos para interações sociais, visto que algumas espécies demandam uma rotina de passeios, o que favorece a interação entre os tutores”, explicou.

Quem sentiu na pele a importância de se ter um animal de estimação foi o estudante de economia Antônio Henrique, que afirmou ter encontrado em seu gato, o pequeno Thor, forças para enfrentar um dos piores episódios da sua vida.

“Durante um momento sombrio da minha vida eu comecei a ter algumas crises de ansiedade e toda vez que a corda apertava para o meu lado a única coisa que me acalmava era a presença do Thor. Saber que ele estava ali comigo era um alívio”, contou.

Além do acompanhamento profissional, ele acredita que a convivência com o gato de estimação acelerou a sua melhora e, apesar de algumas pessoas não acreditarem, ele afirmou ser muito grato ao bichano pela parceria.

“Tem gente que me chama de doido, mas o Thor, por um período, foi um importante apoio mental. Ter ele comigo me ajudou a enfrentar e superar fases turbulentas”, finalizou.

Hipertensão e ansiedade

A história do jovem e futuro economista não é um caso isolado e incomum. Segundo Fernanda, já existem evidencias cientificas de que a convivência com animais pode promover a melhoria de quadros de hipertensão e ansiedade. “É cientificamente comprovado que acariciar um gato reduz a pressão arterial e os hormônios do estresse e mais, a convivência com felinos aumenta a imunidade”, ressaltou.

Quando o assunto são as crianças, a veterinária e também professora da UVV, Flaviana Leite, explicou que a presença independente e tranquila dos gatos contribui positivamente para o desenvolvimento das crianças de todas as idades, especialmente as que se enquadram no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Foram verificados efeitos positivos no desenvolvimento cognitivo e de aprendizado do vocabulário em um estudo desenvolvido pelo Instituto Waltham, isso porque os felinos interagem com os pequenos sem transmitirem a sensação de pressão”.

Melhoria no TEA e TDAH

De acordo com a especialista, a interação dos gatos com as crianças que possuem TEA e Déficit de Atenção tem o poder de promover uma melhoria no desempenho e desenvolvimento na comunicação, raciocínio, percepção e memória.

“Os gatos recebem carinho sem demonstrar e podem passar horas olhando para uma imagem em absoluto silêncio. Dessa maneira, ambos podem curtir seus silêncios naturalmente e juntos”, frisou.

Vale destacar que ambas as especialistas asseguram que para promover mais benefícios na relação de laços entre crianças e pets, a interação entre eles deve ser sempre monitorada por adultos para evitar imprevistos em que a criança pode se machucar ou exceder o limite imposto pelo animal, além disso é sempre importante procurar um especialista para qualquer eventualidade.

Uma outra curiosidade envolvendo os gatos foi identificada pelo Instituto Pet Brasil cujos dados revelaram que a preferência pelos felinos cresceu 6% no país, enquanto o número de cães subiu 4%. Segundo Flaviana, quando o assunto é a rotina intensa fora de casa eles são os pets ideais.

“Além de serem considerados animais silenciosos, os felinos são “autolimpantes”, dispensam banhos e passeios, são ótimos pets para espaços pequenos e, se acostumados, toleram bem a ausência dos donos por longos períodos durante o dia”, explicou.

Mais de 700 denúncias de maus tratos contra animais em Vitória

Em 2023, só na Capital do Espírito Santo foram registradas 709 denúncias de maus-tratos e 211 resgates. No País, cerca de 30 milhões de animais estão em situação de abandono, sendo do total, aproximadamente, 10 milhões de gatos.

Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com Natália Leite, integrante da ONG Resgate, cerca de 90% dos animais que chegam ou são resgatados pela organização foram vítimas de maus-tratos.

“Atualmente o projeto conta com 150 animais disponíveis para adoção, mas desde o início já beneficiou cerca de 500”, contou. Localizada em Aracruz, Norte do Estado, a ONG foi fundada há cinco anos e, desde então, vem se esforçando para disponibilizar abrigo temporário para animais abandonados, viabilizar adoções conscientes e a castração.

Em território brasileiro, o abandono de animais é crime desde 1998, de acordo com a Lei Federal 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/20, teve-se o aumento da pena de maus-tratos com reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, quando se tratar de cão ou gato.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária, por meio da Resolução CFMV nº 1.236/2018, Art. 2, II, define como maus-tratos “qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento desnecessários aos animais”.

Dessa forma, o abandono pode ser considerado maus-tratos, tendo em vista que os animais são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções como medo, tristeza e felicidade. Ao ser abandonado, o animal entra em sofrimento psicológico e físico, por não ter a capacidade de encontrar comida, água e abrigo.

Até o dia 15 de fevereiro deste ano, a Capital recebeu um total de 110 solicitações de acolhimento de animais vítimas de sofrimento extremo ou de maus-tratos, sendo que 56 foram resgatados e encaminhados para tratamento em clínica especializada contratada pela prefeitura.

É importante mencionar que na Grande Vitória, é ofertado, de forma gratuita à população, o serviço de castração de cães e gatos. Para ter acesso aos programas os munícipes precisam entrar em contato com as prefeituras de suas cidades para se informar.

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