A partir de sexta-feira (22), os capixabas acima de 60 anos poderão tomar a dose de reforço contra a Covid-19 contando quatro meses desde a segunda aplicação. Isso porque a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) decidiu reduzir o intervalo entre a segunda dose e a dose extra. A medida foi divulgada pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (21).
A antecipação da dose de reforço vale para todos os imunizantes, seja Coronavac, Astrazeneca, Pfizer ou Janssen. O prazo anterior do intervalo era de cinco meses, e continua valendo para profissionais de saúde e imunossuprimidos. Até o momento, mais de 218 mil pessoas que fazem parte desses públicos já completaram o esquema vacinal com a dose de reforço.
O secretário informou que há expectativa de uma redução ainda maior desse intervalo, para três meses, mas o planejamento depende da chegada de imunizantes distribuídos pelo Ministério da Saúde.
O objetivo da redução tem em vista o aumento no número de internações e mortes pela Covid-19. A média móvel de óbitos entre pessoas acima de 60 anos chegou ao menor patamar em agosto, com 4,5 mortes. No entanto, em setembro, o número dobrou para 9 em apenas um mês. “Isso não representa uma nova onda, mas exige medidas sanitárias eficazes para combater essa tendência”, alertou o secretário. No estado, 46 mil pessoas acima de 60 anos ainda não retornaram para tomar a dose de reforço.
Mantido intervalo de 8 semanas
Ainda na coletiva, Fernandes informou que o Espírito Santo vai manter o prazo mínimo de oito semanas entre a aplicação das D1 e D2 da Pfizer e Astrazeneca. A medida ocorre na contramão do estado de São Paulo, que decidiu reduzir o intervalo entre as doses da Pfizer para 21 dias.
“Estudos apontam que o prazo mínimo de oito semanas é capaz de repercutir melhor resposta do sistema imune em casos leves [de Covid]. O controle da infecção nesses casos é fundamental para vencer o SARS-CoV-2”, afirmou o secretário.
No sentido da destinação das doses, Fernandes destacou que a decisão obedece critérios de prioridade dos públicos. “No momento, precisamos proteger os mais vulneráveis e suscetíveis, representados pela população idosa, garantindo a eles uma prioridade na dose de reforço”, defendeu.
Números
Ao lado de Nésio Fernandes, o subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin, mostrou confiança no avanço da vacinação no estado. Cerca de 95% da população adulta já tomou a 1ª dose ou dose única. Já a quantidade de pessoas acima de 18 anos que ainda não retornou para receber a segunda dose caiu de 360 mil para 300 mil, número ainda elevado. No público adolescente, de 12 a 17 anos, o estado atingiu 70% de vacinados com a D1.
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