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Treinamento militar tira o sossego de moradores em Jardim América

Moradores do bairro Jardim América, em Cariacica, reclamam dos barulhos vindos do Batalhão de Missões Especiais (BME). A unidade especializada, também localizada no bairro, realiza treinamento para policiais militares.

De acordo com a moradora Gisele Ramos, de 50 anos, o bairro possui muitos residentes idosos e tem sido difícil conviver com os barulhos. Com a casa na rua Assunção, ao lado da unidade, ela explicou que o som dos tiros se intensificam na parte da tarde, entre às 14h e 16h. “Meu pai tem 81 anos, estava se recuperando da Covid-19 e no dia que chegou do hospital não conseguiu dormir à tarde”.

Ramos relatou ainda, que além do incômodo diário, os barulhos também tem prejudicado o seu trabalho. Professora há dez anos, ela possui uma empresa de reforço escolar e aplica aulas em sua casa e, com os barulhos frequentes, tem perdido alunos. “Dar aulas sob uma intensa sequência de tiros é tenso, sem falar que muitos pais tem ficado inseguros em deixar seus filhos aqui, por ser tão perto”.

Residente antiga do bairro, a professora reafirma que o problema é real e tem tirado o sono de muitos, até dos animais. “Na minha casa tem 3 cachorros. Um deles tem 16 anos e cada tiro é uma latida, o ouvido não suporta o barulho. O outro cachorro fica tendo crise e convulsão”.

Além da falta de silêncio, o medo e insegurança também tem sido presente. O engenheiro eletricista de 63 anos, Nelson Carlos, contou que há um tempo atrás foram feitos treinamentos com granadas. “Encontrei um pedaço de artefato de granada na varanda do meu pai”, explicou.

Segundo o morador, inúmeras reclamações já foram feitas na unidade, mas nenhuma atenção foi dada. Cansados do problema, alguns residentes recorreram à justiça. Com o auxílio do advogado e também morador da região, João Paulo Cleto, familiares buscam uma solução. “Tenho tudo documentado, reclamação direto com o comandante do BME, reclamação no Ministério Público”.

Ele explicou que o problema também faz parte da sua realidade. “Sou advogado, estou representando eles, mas também sou morador, inclusive moro na direção do estande de tiros”.

Cleto ressaltou que foi feito um acordo com o comandante do batalhão para restringir os horários, no entanto, só esse reajuste não solucionou o problema. “Antes eles davam tiro de madrugada, aos finais de semana e feriados, isso parou, mas não garante que um projétil não vai cair na cabeça de alguém ”.

O que diz a PM

Em resposta aos questionamentos, a Polícia Militar do Espírito Santo informou que o BME assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), em conjunto com órgãos de segurança pública, o Ministério Público e a comunidade, a fim de saber possíveis transtornos referentes aos barulhos vindos da unidade.

Nesse documento, a unidade especializada comprometeu-se a realizar as instruções de tiro no horário de 08h às 17h (horário comercial) de segunda a sexta-feira e, aos finais de semana (sábado e domingo) de 08 às 12h. Além disso, as instruções com “bombas” não têm sido realizadas.

A Polícia Militar do Estado reforçou que a tropa deste batalhão necessita de treinamento diário, e a atual rotina de capacitação dos militares vem atendendo ao disposto no TAC.

A PMES ressaltou ainda, que em parceria com o BME, tem buscado esforços para construir um estande interno de tiros, que atenderá as demandas do batalhão, e consequentemente, da comunidade. Caso os moradores permaneçam incomodados, a polícia orienta que o líder comunitário entre em contato com o comando da unidade para que haja diálogo.

O Ministério Público também foi procurado para comentar a questão e assim que o posicionamento for enviado será adicionado ao texto.

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