Assim como já aconteceu em outros períodos da história, mais uma vez uma parte da cristandade moderna se aliançou com os poderes estatais. Isso é verdade nos Estados Unidos com Donald Trump desde o primeiro governo e com Jair Bolsonaro no Brasil, desde quando ele se colocou como o principal nome do antipetismo. Infelizmente, a vasta maioria dos cristãos mundo afora ou não conhece a história do mundo e do próprio cristianismo – ou a conhecem e estão tentando fazer o “céu na terra” a partir da dominância do poder terreno, mesmo erro cometido na Idade Média. O que é contrário ao serviço que Jesus ensinou.
É inegável que, quando uma pessoa é convertida ao cristianismo, ela passa a viver uma vida que valoriza o que são considerados princípios conservadores baseados na Bíblia: o amor a Deus é vivenciado pessoalmente e na vida em comunhão com a Igreja; o amor ao próximo é vivenciado em primeiro lugar no amor e valorização da família, na convivência com os irmãos de fé e nos serviços aos de fora. Por amarem a Deus, valorizam sua verdade revelada nas Escrituras, que defende o criacionismo, a existência de dois gêneros, o casamento heterossexual, a boa administração da vida como um todo (desde o próprio corpo ao dinheiro), a defesa da vida (e por isso a resistência ao aborto)… Só para citar alguns valores que hoje estão mais em voga na “guerra ideológica”.
Acontece que esse “conservadorismo cristão” expresso nesses valores, ele só é legítimo quando experimentado pela via de uma conversão legítima, que leva esse convertido a amar a Deus acima de todas as coisas, assim como tudo o que Ele ama.
O que tem acontecido, entretanto, é que muitas pessoas têm sido atraídas às igrejas por causa dos valores conservadores, e não por causa do Cristo: eles se convertem externamente, como parte de um grupo, mas não internamente, em sua essência. Outros tantos de fiéis nas igrejas, que já a frequentam a longas datas – antes da reascensão do extremismo conservador – são mais “conservadores” do que propriamente cristãos.
E isso nos leva a um grande problema. Porque, no primeiro caso, cristãos genuinamente convertidos possuem uma “fé que opera pela via do amor” – a Deus e ao próximo – defendendo seus valores com graça, amor, misericórdia, gentileza e justiça. Essas pessoas não têm justiça própria, mas confiam na justiça de Deus. Defendem seus valores, mas se recusam a ofender, rebaixar e humilhar seu próximo para tanto, porque fazer isso é, antes, pecar contra o próprio Deus, mostrando desamor para com Ele e para com o que Ele ama.
No segundo caso, o dos cristãos nominais, aqueles que mostram falta de frutos de sua conversão, ofender, rebaixar e humilhar o próximo para defender seus valores tem sido a prática dominante. A vasta maioria dos políticos que se dizem cristãos e conservadores – no Brasil é muito fácil identificar quem são – age dessa forma e ganham o aplauso de seus seguidores. Estão, inclusive, nos púlpitos das igrejas palestrando e pregando sobre política e cristianismo, arrebatando mais um tanto de ovelhas para o seu pastoreio cheio de religião (de legalismo), mas sem o Cristo que “não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em favor de muitos”. É uma religião sem o Cristo. É o legalismo, um cristianismo maquiavélico, no qual os fins justificam os meios, ainda que esses meios sejam os mais inescrupulosos possíveis.
A contradição da práxis

Nessa religião, pouco importa se Deus diz, através do profeta (aquele chamado para levar o povo ao arrependimento): “Pratiquem o direito e a justiça e livrem o oprimido das mãos do opressor. Não oprimam nem maltratem o estrangeiro, nem o órfão, nem a viúva. Não derramem sangue inocente neste lugar” (Jeremias 22.3).
As políticas de deportação e as portas fechadas a refugiados são celebradas; os maus-tratos a estrangeiros e políticas duras contra eles são praxe. Muitos deles – crianças pequenas – são separados de seus pais neste sentido. Enquanto os funcionários em home-office podem trabalhar com maior proximidade da família, sem prejuízo ao desempenho, a ordem é que retornem aos escritórios. Enquanto Deus diz que “a natureza geme aguardando a manifestação dos filhos de Deus”, as políticas de transição energética, visando a produção de energia limpa, são canceladas, visando a produção de mais energia poluente; o país maior emissor histórico de gases de efeito estufa do mundo pula fora do pacto global que visa pressionar as nações a enfrentar as mudanças climáticas. Enquanto a valorização da vida é defendida nas Escrituras, o governo sai do pacto global para combater os inimigos da saúde, sendo esse o país com o maior número de vítimas na última pandemia.
Pois é. Esse é o governo do (ultra) conservadorismo americano, sustentando prioritariamente pelos ditos cristãos daquele país. Como ser cristão com atitudes que o próprio Cristo reprovaria? Mas essa é a realidade de lá. E também a daqui, sobre a qual falaremos em outra oportunidade.
Deus nos livre do conservadorismo sem Cristo. Deus nos livre do cristianismo maquiavélico, que está sendo praticado lá, e também aqui.
Que Deus quebrante os nossos corações, nos converta verdadeiramente a ele, e nos leve a enxergar a vida com os olhos de Cristo: os olhos do amor, da misericórdia e da justiça. Que Deus nos lembre todos os dias que somos pecadores, salvos unicamente por sua graça, e que não temos mérito nenhum: todo o mérito do perdão dos pecados, da justificação, da santificação, da salvação, são do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Que, portanto, assim com Deus nos olhou com olhar de amor, graça, bondade e misericórdia – sendo nós anteriormente inimigos dele por nossos pecados – que nós possamos olhar para o próximo do mesmo jeito. Que possamos, sim, defender nossos valores e a verdade, mas cheios de amor: pois amor sem verdade é bajulação; e verdade sem amor é legalismo. Amor e verdade: isso sim é cristianismo.
Pense nisso e reflita sobre isso. Que Deus quebre os ídolos de nossos corações e nos dê um final de semana extraordinário, em sua santa e maravilhosa presença.
Deus leu ao meu lado a pura verdade destes inocentes enganados pelos lobos enviado pelo próprio lúcifer para segar…mas Jesus tá ligado Ele é nosso bom pastor e… Arcanjo Miguel está preparado contra estes imbecis fanáticos religiosos
Bonzo, T…eCIA
Para que o mal triunfe, basta que pessoas de bem cruzem os braços. Nosso país é cristão, e não permitiremos que o comunismo triunfe. Está ideologia fracassada leva a destruição da família, com inversão de valores, tais como pregam Marx e Engels, criadores desta inutilidade histórica.
Texto confuso e autoritário no sentido de pretender analisar como cada ser humano deve vivenciar o Cristo. E não ficou claro por que omitir e não adjetivar o Cristianismo da extrema esquerda – aliás, não vejo “amor, misericórdia nem justiça” quando vou ao supermercado hoje comprar o básico, comida.