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Desportiva Ferroviária quase perdeu o Engenheiro Araripe; entenda

O Estádio Engenheiro Araripe foi construído em 16 de janeiro de 1966 e, desde então, foi palco de grande jogos do futebol capixaba, tanto da Desportiva Ferroviária, a proprietária, quanto de outras equipes, seja em campeonatos estaduais ou nacionais. Porém, em março deste ano, a diretoria grená teve uma grande surpresa quando viu sua “cancha” anunciada em site de leilões. 

Para explicar essa história, é necessário voltar 24 anos. Em 1999, o grupo Villa-Forte & Oliveira e a Desportiva Ferroviária firmaram uma parceria e transformaram a Tiva em Sociedade Anônima, nascendo assim, a Desportiva Capixaba. 

No acordo entre as partes, o clube ficou com 49% das ações da S.A, pagando com o próprio patrimônio, incluindo o estádio, enquanto o grupo prometeu 51% a serem pagos em dinheiro, um total de R$ 1.040.910,00.

A promessa do grupo foi pagar 10% de forma imediata, enquanto os outros 41% seriam pagos em 20 parcelas mensais de R$ 30 mil e, além disso, o acordo também incluía a construção de um posto de gasolina no valor de pouco mais de R$ 330 mil. 

Porém, no meio de tudo isso, o grupo pagou apenas os 10% prometidos, ou seja, R$ 104.091 mil. Após diversos problemas, os sócios desfizeram a parceria em 2014, quando o grupo decretou falência. Porém, mesmo não tendo cumprido o acordo, Marcelo Villa-Forte, proprietário da empresa ex-sócia da Desportiva, colocou o estádio como garantia em diversas penhoras de suas dívidas. 

Dito isso, um fato novo ocorreu para que as partes da sociedade dissolvida voltassem a se desentender. Em março deste ano, dirigentes da Desportiva Ferroviária descobriram que o Estádio Engenheiro Araripe havia sido colocado em leilão, de forma extrajudicial, por uma empresa de nome “Milan Leilões”, com sede no Estado de São Paulo. 

“Esse leilão foi um grande espanto para gente, pois em nenhum momento fomos informados sobre ele, o que o torna ilegal. Nosso principal objetivo é manter o nosso patrimônio, pois é injusto perdê-lo por dívidas que não foram feitas pelo clube, mas sim pela outra parte”, explica a fonte, que preferiu não se identificar. 

Desde a dissolução da sociedade, as partes estavam à espera da nomeação de um novo liquidante judicial, o que ocorreu neste ano. Com a liquidação judicial, será possível entender quais são os direitos das partes com relação ao patrimônio.

Pagamento milionário

Dentro do patrimônio que está na liquidação entra também um ativo no valor de R$ 131,5 milhões, fruto de uma indenização que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terá que pagar à Desportiva Ferroviária. 

Tal indenização foi imposta pelo fato de que, durante a durante a formação da tabela para a Série C de 2004, os times capixabas participantes ainda não haviam sido definidos. Com isso, a CBF orientou que a Federação Capixaba indicasse duas equipes para participar do torneio (Desportiva e Rio Branco).

Porém, no final do Campeonato Capixaba, Serra e Estrela do Norte foram os dois primeiros, o que fez com que reivindicassem as respectivas vagas na Série C do Campeonato Brasileiro.

Após diversas decisões judiciais, definiu-se que as equipes Serra e Estrela ficassem com a vaga, porém, a Desportiva não aceitou e decidiu entrar com uma ação contra a CBF, com prejuízos calculados em R$ 332 milhões. 

Após outras decisões judiciais, a Justiça deu ganho de causa para o clube capixaba, mas determinou novos cálculos da indenização, chegando assim ao valor final: R$ 131,5 milhões.  

É possível que esse valor diminua para a Desportiva Ferroviária, haja vista que, na teoria, o clube era quem receberia esse valor integralmente. Porém, como a sociedade já não existe mais, o valor deveria ser pago para cada parte societária. Aainda não se sabe como seria a porcentagem da divisão. 

Atualmente, a Desportiva passa por uma grave crise financeira, com jogadores entrando na justiça por falta de pagamentos. Por causa da crise, o clube decidiu não disputar a Copa Espírito Santo de 2023, visando focar apenas nas pendências e também na criação de sua SAF, com a contratação de uma consultoria para a busca de possíveis investidores anunciada em fevereiro deste ano. 

 

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