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Amizade com juiz Alexandre Farina facilitaria morte de médica na Serra

Mais do que intermediar compra de sentenças, o ex-policial civil Hilário Frasson, tentou usar de sua relação com membros do Judiciário capixaba para fugir da punição pelo assassinato da médica Milena Gottardi, sua ex-mulher. Ele está preso e foi condenado por ter sido o mandante do crime, que aconteceu em 14 de setembro de 2017 no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória.

Amizade com juiz Alexandre Farina facilitaria morte de médica na Serra
A médica foi morta à mando do ex-marido, com quem teve duas filhas

Segundo investigações do Ministério Público estadual (MPES), no mesmo ano foi identificada, por meio de quebra de sigilo telefônico, a relação de proximidade entre Hilário e os juízes Alexandre Farina e Carlos Gutmann. E, tudo indica, que a amizade deu a ele a certeza de impunidade.

Ambos, além de terem sido afastados em decisão unânime dos desembargadores, estão proibidos de se aproximarem do Fórum de Serra.

A relatora do processo, que autorizou as investigações e votou pela quebra do sigilo do processo contra os juízes, desembargadora Elizabeth Lordes, destacou que nas investigações do Caso Milena, o depoimento, um dos executores, Dionathas Alves Vieira, confirma isso.

Amizade com juiz Alexandre Farina facilitaria morte de médica na Serra

“Um dado como prova emprestada, o interrogatório do réu Dionathas Alves Vieira, nos autos da ação penal que robustece o vínculo associativo de Hilário Frasson e Alexandre Farina Lopes, pois declarou que na fase preparatória para o homicídio de Milena Gotardi, o réu Hilário indicou que o crime deveria ser cometido na Serra, porque o juiz da Serra era amigo dele e era mais fácil resolver essas coisas”, destacou durante sessão do Pleno do Tribunal de Justiça nesta quinta-feira (15).

A magistrada disse que soube dessa relação,uma vez que questionou os dados das quebras de sigilos telefônicos agora, em 2021, uma vez que os crimes de vendas de sentenças foram em 2017.

“Eu cheguei a questionar a digna procuradora dizendo “mas esses fatos ocorreram em 2017, por que estão aparecendo somente agora?”, e ela explicou que o MPES recolhe esses celulares e a medida que vai fazendo a escuta, eles querem esclarecer determinado crime, e no caso ali era o crime da doutora Milena, lá pelas tantas das escutas apareceu essa fala desse acusado naquele processo. E com essa faz o MPES foi descobrir quem era o juiz”, detalhou ao deferir o pleito de afastamento dos dois juízes.

Ao votar pelo afastamento dos juízes, destacando que essa é uma decisão mínima do Judiciário, o desembargador Pedro Valls Feu Rosa se disse envergonhado por ter na magistratura capixaba, comportamentos como os apontados aos juízes. “Finalizo externando a dor que me atinge hoje, ao ver o Poder Judiciário na boca de presidiário acusado de bárbaro homicídio, de pistolagem, a dizer que esse crime deveria ter sido praticado na Serra onde havia juiz amigo. Que coisa triste, que vergonha”.

Foto de destaque: Blog do Elimar Côrtes

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