O novo salário mínimo entrou em vigor no dia 01 de janeiro, e passou de R$ 937 para R$ 954. Mas levando em conta os itens básicos de alimentação (o arroz está custando, em média, R$ 13; o feijão R$ 3.80 e óleo R$ 3.28), além dos reajustes nas contas de início de ano, o aumento de apenas de R$ 17 desagradou a maioria dos trabalhadores.
Para o professor Rubens Salvador, o aumento é relativo para quem recebe pouco, mas paga muito. “Essa é a questão. E também o Brasil estava sucateado, então até por nos eixos vai demorar um pouco. E o povo vai sentir na economia e no bolso”.
Ele opinou também sobre a Previdência Social e educação financeira dos brasileiros. “Com esse desemprego, muita gente se aproveita da oportunidade. A previdência está quebrada porque tem gente que nunca contribuiu e recebe. O salário mínimo é exatamente por isso, mas está pouco mesmo. Hoje, para uma família sobreviver, seria necessário uns R$ 4 mil”.
Para o pedreiro Ramon dos Reis, com a situação do país, o aumento foi pouco para, por exemplo, um casal com dois filhos se sustentar. “Hoje a maioria das famílias no Brasil são assim. Estamos num ponto em que, no mínimo, teria que ser acima de R$ 1,5 mil. Mas infelizmente a política é muito controversa. Não dá pra fazer nada. O salário aumenta, mas todo o resto também sobe. Combustível aumentou absurdamente. O imposto no Brasil é muito caro”.
A assistente social Elisângela dos Reis é mãe de dois filhos pequenos, e citou as contas a pagar: imposto do carro, prestação de apartamento, escola particular, entre outros. “Tem desconto do INSS, o imposto de renda. A proporção será maior que o aumento. No fim das contas nosso líquido será menor que no ano passado. Vamos continuar enxugando. É fazer o que dá e poupar o que sobrar”, diz.
Para o vendedor autônomo Fabrício Pianca o novo aumento não trará suporte para arcar com as necessidades do trabalhador, que depende do salário mínimo. “São cerca de 54 milhões de pessoas recebendo salário mínimo no país e o reajuste não é significativo. Não dá nem pra comprar uma escova de dente”.
O também vendedor autônomo Vinicius Moraes, disse que as coisas ficarão mais difíceis para quem tem filhos e paga aluguel. “As pessoas têm muito gastos. As coisas vão aumentando todos os anos. Um aumento de R$ 17 não ajuda em nada. Nem um saco de arroz, que está caro, não dá pra comprar direito”.
Explicação
Esse é o menor reajuste do salário mínimo em 24 anos e foi inferior ao estimado anteriormente pelo governo, que era R$ 965. A explicação para o valor estaria na formula criada em 2012 no governo da presidente Dilma Rousseff, e que vale até 2019.
Segundo o governo, essa forma considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Como o resultado do PIB de 2016 foi negativo, o reajuste do salário mínimo foi calculado apenas pelo INPC, estimado em 1,81%.
Gostei da novidade, bem bacana esse conteúdo.Vou vir mais vezes aqui conferir.
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