Tenho recorrido, ultimamente, contar certos episódios, lembranças, fora dessa política nojenta que está acontecendo no Brasil, tomada por uma expressiva maioria de ladrões, profundamente desonestas, composta de analfabetos de pai e mãe, cagando regras, ditando normas de conduta para um povo servil, perseguindo, mandando matar, por encomenda, porque são covardes, traiçoeiros, traidores, corruptos em tudo. Num país em que o chefe de uma gangue é solto, para assumir o comando de uma nação com um quadro de ministros de meter nojo, nomeando pessoas de pouco escrúpulos para cargos importantes, vitalícios, até, apoiado por forças opressivas compradas por dinheiro de nossos bolsos, com reação de uns pobres gatos pingados, idealistas, o melhor que faço, creio, sem medo, é voltar-me às minhas reminiscências, de casos passados, da infância, principalmente, ajudando também os caros leitores esquecer um pouco a canalhice em que vivemos.
Quando era criança, lá no meu São Mateus, meu pai, a quem me refiro tanto, devido as saudades que tenho, saía nas manhãs de domingo, cedo, para caminhar, onde o objetivo principal era ver quem descobria um pássaro diferente, uma flor, sem dispensar a bola de pano, costurada numa meia por minha mãe, que era chutada para longe, para ver qual dos filhos chegava primeiro, perto dela.
Pela parte de baixo da cidade tinha um porto, com vários trapiches, dando para o rio Cricaré, onde os barcos encostavam para carga e descarga de mercadorias. Ali pontificavam com seus negócios os senhores João Miguel Jogaibe, onde o trem que fazia o percurso São Mateus – Nova Venécia, tinha sua estação inicial; Domingos de Oliveira Rios, Antonio de Carvalho, Ermelindo Carneiro, e outros grandes empresários, que ali tinham seus negócios de exportação e importação
Na parte alta da cidade, ao lado do Cemitério, bem atrás da igreja velha, tinha um estrada carroçável, muito boa, que passava pela “chácara do Estado”, onde tinha um casarão e onde residia o engenheiro Dido Fontes de Faria Brito, com a família (seus dois filhos foram meus colegas) , que desembocava perto do lugarejo chamado de Bambuzal, distante da cidade seis quilômetros, pouco mais de uma légua, onde a estrada de ferro tinha suas oficinas de manutenção.
Sempre que íamos, meu pai informava ao senhor José João do Sacramento Júnior, onde almoçávamos, com sua família. Visitávamos, também, o senhor Antonio (Português) Gomes, que tinha um filho da minha idade, com quem conservamos amizade até hoje: Aurelino (Lino) Santos Gomes, que já exerceu o cargo de Secretário da Indústria r Comércio do Estado, professor, uma pessoa muito inteligente, e o senhor Amorim, pai de Nair, minha primeira namorada de meninice, que também eram visitados, antes de partirmos de volta.
Nas noites que tomávamos café, pela meia noite, no intervalo dos empregados do jornal A GAZETA, onde meu pai era seu diretor e eu revisor, no bar Americano (esquina de General Osório com av. Florentino Avidos) ou no Jaú, na av. República, no Parque Moscoso, recordava com meu pai esses momentos, até a cabeçada de uma vaca, que o jogou por cima da cerca do curral, da Fazenda 35, do meu avô, Constantino Cunha, meu pai, então, ressaltou: “Esses são os melhores anos de nossas vidas. Veja a riqueza de detalhes de suas lembranças de fatos que até não me lembrava mais e agora são reavivados numa mesa de café! Vamos embora, acabar o jornal do homem!” E lá vínhamos nós, pela rua, terminando o papo.
Me revolta assistir cenas na TV, de filho matando pai, mãe, irmãos, e vice-versa, num atestado eloquente de falta de criação, de berço, amor. Assistindo essa canalhada política depenando, sem dó nem piedade, os cofres públicos, fico imaginando: que país é este?