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9 de maio de 2024
quinta-feira, 9 de maio de 2024
Guilherme Dietze
Guilherme Dietze
Guilherme Dietze - graduado em economia pela Universidade de Vila Velha (UVV), especialista em elaboração de pesquisas de mercado pela FIPE/USP, Consultor da Federação do Comércio de São Paulo e a da Bahia, Conselheiro Suplente do Corecon-SP e sócio da Scopus Consultoria.

Inflação na GV fecha 2023 com alta de 5,10%. Você acredita nesse dado? Acha que foi mais? Entenda os números

Os preços de produtos e serviços na Grande Vitória fecharam o ano de 2023 com alta média de 5,10%, acima dos 5,03% do ano anterior. Sem falar ainda que nos anos de 2020 e 2021 os preços subiram 5,15% e 11,50%, respectivamente, segundo dados do IBGE. Ou seja, desde a pandemia não houve trégua para o bolso do consumidor capixaba.

A inflação até chegou a mostrar em um período, entre maio e agosto, um avanço mais tímido, influenciado por alguns meses de deflação no grupo de alimentos e bebidas, um dos que mais pesa no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No entanto, nessa reta final, principalmente em dezembro, houve um crescimento forte nos preços médios. Embora tenham fechado o ano com leve alta de 0,04%, somente no último mês do ano a variação foi de 1,16%, puxado pela elevação da batata-inglesa (22,05%), do feijão (16,06%) e das frutas como a banana-prata (13,31%) e o mamão (7,94%).

Também houve aumento de 0,59% nos transportes, com passagens aéreas subindo 14,15% no mês, nos artigos de residência (0,99%) e despesas pessoais (0,92%). Dos 9 grupos analisados pelo IBGE, 8 tiveram alta no mês e todos apresentaram aumento no acumulado do ano passado.

Esses foram os principais números de dezembro e 2023. Mas sempre quando se fala de inflação, sobretudo de preços nos supermercados, há o questionamento da maioria de vocês, leitores: de onde vem essa inflação? Isso porque o sentimento é de que os preços nos domicílios subiram muito mais do que esse divulgado oficialmente e de esses números possam ser manipulados em favor de um determinado governante.

Um primeiro e importante ponto a entender é que os dados são reais e bem trabalhados pelo IBGE e, ao que tudo indica, não há, por enquanto, pressões políticas. São feitas coletas em milhares de estabelecimentos físicos pela região todos os meses para fazer o IPCA.

Além disso, há um tratamento estatístico de ponderação de acordo com o peso de cada grupo de consumo das famílias, ou seja, transportes e alimentação pesam mais no indicador do que os gastos com serviços de comunicação, por exemplo.

Assim, entendendo todo o processo como é feito, é tranquilo dizer que o dado é confiável, mas não reflete o dia a dia de um determinado domicílio, mas de uma média geral da população. Pode ser que uma família gaste mais com saúde, por ter pessoas de mais idade. Ao mesmo tempo, outra família pode ter um gasto alto com educação dos filhos do que com artigos do domicílio, como móveis e eletrônicos. Por isso a necessidade da ponderação.

Há certamente questionamentos técnicos, mas que, por conta de um orçamento limitado no IBGE, não é possível ampliar os campos de coleta de preços e a realização de mais pesquisas para refinar os dados.

Enfim, olhem o dado com confiança e como um parâmetro média de uma população e não pelo seu gasto. De qualquer forma, a inflação, infelizmente, segue pressionando o dia a dia das famílias e não há, num horizonte próximo, perspectivas de melhoras significativas.

Guilherme Dietze
Guilherme Dietze
Guilherme Dietze - graduado em economia pela Universidade de Vila Velha (UVV), especialista em elaboração de pesquisas de mercado pela FIPE/USP, Consultor da Federação do Comércio de São Paulo e a da Bahia, Conselheiro Suplente do Corecon-SP e sócio da Scopus Consultoria.

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