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9 de maio de 2024
quinta-feira, 9 de maio de 2024
Fernando Carreiro
Fernando Carreiro
Há 18 anos, Fernando Carreiro vive no meio do poder e dos poderosos. Jornalista, é consultor de comunicação especializado em crises de imagem, estratégia política e comportamento humano.

Então tá bom. Ok!

O mundo político no Espírito Santo parou na última semana, e continua em suspenso, com a prisão do deputado Capitão Assumção. Há os que concordem com a prisão do capitão de falastrão – para ficarmos em um eufemismo agradável para a leitura deste texto. Há os que julgam ter sido a prisão um acinte contra a democracia e a liberdade de expressão.

Há, ainda, aqueles mais alinhados à esquerda – espectro de polo oposto ao do extremista deputado que defendeu, cinco anos atrás, a morte de um estuprador e ofereceu R$ 10 mil para quem o caçasse – e que silenciam sobre sua prisão, não por uma questão de abstenção pura e simples, mas por concordar com a Constituição em seu Art. 51: deputados estaduais não podem ser presos no exercício do mandato, salvo em flagrante crime inafiançável.

Em todas essas situações há algo em comum, e não é a polarização; é possibilidade de qualquer uma dessas posições causar discórdias ou serem controvertidas aos olhos de outro.

Vivemos isso em nossas casas, no ambiente profissional, nas rodinhas de bar e das faculdades (e já chegou ao ensino fundamental!), entre apaixonados (os das cartas de amor; não os da política), nas academias e nos boxes de crossfit, no calçadão da orla durante um passeio despretensioso. Não há como escapar da pauta política em tempos de calcificação da polarização.

Há os bolsonaristas, os petistas e os agnósticos políticos – aqueles que não toleram qualquer tema correlato. Há os que gostam de defender suas visões, seus ideais, suas ideias. Há os que querem só paz de espírito para jantar, beber sua cerveja, estudar, namorar e realizar seu treino em paz. A esses, um “pois é, então tá bom, é isso aí, ok” resolve.

Então tá bom. Ok!O antídoto infalível contra as discórdias é o “então tá bom”.

“Lula é ladrão”; “então tá bom”.

“Bolsonaro é genocida”; “então tá bom”

“Defendo a prisão de todos os políticos da direita”; “ok, tá bom”

“A esquerda é canalha e quer tornar nossos filhos todos gays”; “pois é…”

“Defendo a liberdade de expressão e de se dizer o que quiser”; “é isso aí…”

“Capitão Assumção é culpado”; “então tá bom”.

O “então tá bom” pode salvar muitas relações e nos tirar, quem sabe, desse mundo maniqueísta e desajustado. Se você concorda com este colunista, ou se discorda, diga “ok”.

Fernando Carreiro
Fernando Carreiro
Há 18 anos, Fernando Carreiro vive no meio do poder e dos poderosos. Jornalista, é consultor de comunicação especializado em crises de imagem, estratégia política e comportamento humano.

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