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Para quem não lembra, a Copa está aí!

A menos de três dias para o início da Copa do Mundo 2022, há um fato, se não inédito, pelo menos absolutamente atípico no planeta e, de forma ainda mais improvável, no Brasil, o país do futebol.

São muitos os motivos que culminaram com esse surpreendente desinteresse do povo brasileiro pela seleção. Mais nenhum deles parece mais sólido do que o adoecimento da sociedade.

Somos um país doente. Pandemia? Eleições presidenciais? Crise econômica? Certamente uma questão multifatorial, mas que traz consigo um legado que deixaremos para as futuras gerações: uma sociedade dividida em “nós contra eles” e “eles contra nós”, embora pareça não existir nessa nossa pátria-mãe tão distraída um único cidadão capaz de identificar com clareza quem são esses “eles” e quem são esses “nós”.

Fato é que a Copa do Mundo se inicia no próximo domingo, mas o Brasil só estreia no dia 24, às 16 horas, contra a Sérvia. Depois enfrenta ainda, na primeira fase, a Suíça (dia 28 às 13 horas e Camarões, dia 2 de dezembro às 13 horas).

Tirando os cronistas esportivos e os torcedores que acompanham até campeonato de peteca, pouquíssimos brasileiros são, atualmente, capazes de escalar a seleção supostamente titular. E não é por conta de dúvidas do técnico Tite, mas por falta de identidade mesmo.

Neste universo de jogadores que atuam na Europa e se reúnem eventualmente para jogos oficiais e amistosos da seleção brasileira, pouquíssimos torcedores serão capazes de citar mais de cinco jogadores dessa seleção que, como o país, também chega à maior competição do planeta dividida entre direita e esquerda, bem ao gosto da crônica esportiva que, a exemplo do conjunto do jornalismo verde-amarelo/vermelho, também cumpriu com louvor o papel de ideologizar o esporte, como se fossem eles os detentores do livro arbítrio da sociedade civil.

O resultado parece não importar. Se o Brasil foi campeão – e tem uma equipe que reúne todas as condições para conquistar mais um título – as comemorações serão inevitáveis.

Mas essa gente que passou os quatro últimos anos discutindo a pauta politicamente correta, parece não se lembrar mais da magia de crianças e adultos pintando ruas, calçadas e muros com o coração também pintado de verde e amarelo.

Havia também uma magia impar nos álbuns de figurinhas com os heróis da Copa do Mundo, com todas as seleções e a alegria de conseguir as “carimbadas”, sempre reservadas aos grandes ídolos de cada nação.

Trocamos, lamentavelmente, uma das maiores fontes de alegria do povo brasileiro por comportamentos ofensivos, agressivos, hostis, típicos de quem prefere apostar no confronto.

O mais lamentável de tudo isso é que a inconsequência majoritária da elite governante – oposição, inclusive – parecemos um navio à deriva.

A falta de compromisso e de comprometimento da classe política com a sociedade civil, esgotou-se no discurso fácil de que o povo é o único e legítimo detentor do poder.

Uma farsa num país onde um único ministro do Supremo Tribunal Federal, impunemente, afronta a Constituição da República impondo a mais de 200 milhões de brasileiros sua vontade narcisista.

É inaceitável ver um homem público que ocupa cargo de tamanha envergadura valer de poderes que não tem para impor práticas vedadas pela Constituição Federal.

Houve uma época em que a expressão “melhor não contrariar” remetia a alguém com transtornos psiquiátrico e que, diante dessa condição peculiar, deveria ser deixado quieto, no canto, sem ser importunada, na expectativa de que isso pudesse evitar reações virulentas.

O “melhor não contrariar” de hoje remeta a um homem togado, que deveria dar o melhor de si para ajudar a pacificar a sociedade brasileira. Mais do alto de um pedestal imaginário, porquanto não tem o respeito popular, a ordem do dia é “se me contrariar, prendo e arrebento”.

Um país em que um ministro se coloca acima do ordenamento jurídico e o presidente eleito promete transformar a nação numa colônia socialista, tem tudo pra dar errado.

O Brasil não merece essa gente. Vamos à Copa. Nossos jogadores são mas inteligentes do que nossos homens públicos.

Cesar Herkenhoff
Cesar Herkenhoff
César Herkenhoff é graduado e pós-graduado em Psicanálise Clínica. Pós-graduado em Hipnoterapia Ericksoniana. Pós-graduado em Criminologia, Política Criminal e Segurança Pública. Pós-graduando em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho. Pós-graduado em Farmacologia Clínica, com especialização em Medicina do Sono. Advogado, Bacharel em Teologia e Bacharel em Comunicação Social. Hipnoterapeuta, membro da Instituto Brasileiro de Hipnologia e da Sociedade Iberoamericana de Hipnologia Condicionativa. Jornalista, radialista e publicitário. Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

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