Igreja e Estado, cada coisa no seu devido lugar, por Jorge Rodrigues Neto*
Todas as vezes na história do Cristianismo que a Igreja de Cristo resolveu se misturar com os poderes estatais temporais para “governar” ela cometeu atrocidades tão terríveis ou até piores que seus outrora algozes.
A Igreja de Jesus existe para apontar o Caminho do Reino de Deus. O próprio Cristo disse que não devemos misturar as coisas de César (Estado) com as coisas de Deus (Igreja). Deus não nos autorizou a impor nossa agenda eclesiástica guela abaixo de ninguém. Jesus não morreu na Cruz para instituir um Estado Cristão, mas para inaugurar o Reino Invisível de Deus.
Igreja influenciadora
O que a Igreja pode e deve sempre fazer atemporalmente é buscar influenciar as sociedades com princípios de fraternidade, amor, respeito, tolerância, coletividade, altruísmo. Entretanto, jamais deve se imiscuir em questões exclusivas do Estado.
A Igreja deve ser voz profética, ou seja, um super ego (norte ético e moral) de toda sociedade e do Estado, denunciando os pecados individuais, os sociais e também os estruturais (pecados do Estado).
Repito: todas as vezes na história que a Igreja se meteu ou se misturou em questões que não lhe dizem respeito ela se tornou tão ou mais cruel do que seus outrora algozes.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós e que a Igreja seja fiel à Palavra de Deus, pois foi para isso que Ele chamou a Igreja, ou seja: para obedecê-lo e não para “governar”.