Um pastor multidenominacional é um homem que fala em nome de Deus para diversas denominações religiosas. Esta habilidade o pastor Nelson Júnior também está desenvolvendo com os pré-candidatos a governador do Espírito Santo.
O cristão evangélico é conhecido em diversas regiões do país por ter, ao lado da esposa, Angela Neto, criado o projeto “Eu escolhi esperar“, de preservação sexual e integridade emocional. Sua fama entre os jovens e evangélicos o colocou em posição de liderança e o projeto de sua candidatura a senador tem sido concorrida por diversos pré-candidatos.
Filiado ao Avante, Nelson Junior vinha sendo estimulado a concorrer por pastores. Contudo, somente na última semana ele confirmou que irá estrear nas urnas. E, de acordo com pessoas ligadas a ele, um possível caminho do pastor multidenominacional é falar com todos, sem fazer parte de uma chapa.
A candidatura ao Senado Federal é a única que pode ser independente de bloco. O que é fundamental para a disputa, neste caso, é um partido. Tendo sido procurado primeiramente por Audifax Barcelos (Rede Sustentabilidade), o religioso ficou em situação complicada. Nelson Junior se apresenta como cristão conservador e chegou a ministrar cultos para o também evangélico batista, Audifax. Eles, na questão religiosa, se identificam. Mas seus partidos, nem tanto.
A Rede, ligada a Heloísa Helena e Marina Silva, tem uma identidade histórica com a esquerda política. Tanto é que a sigla está federada com o PSOL. Portanto, mesmo que Audifax Barcelos não associe seu nome e o partido no Espírito Santo a esses detalhes, o Avante e o pastor não podem descartar.
E tem mais: o PSOL quer disputar a única cadeira que será disputada para o Senado Federal com Gilbertinho Campos.
Magno e Nelson: o mesmo eleitorado
O pré-candidato a governador Manato (PL) faz um discurso de conservador radical, mas tem no partido Magno Malta como pré-candidato senador. Inclusive, há quem diga que, se o ex-senador e presidente liberal estava preocupado com Sergio Meneguelli (Republicanos), precisará ficar ainda mais atento ao pastor Nelson. Magno e o novo nome ao Senado Federal falam com o mesmo eleitorado.
Republicanos descartaria Meneguelli
Quem está correndo por fora e não teria pudor algum de descartar a pré-candidatura já anunciada de Meneguelli, é o deputado Erick Musso. O republicano, antes mesmo de a pré-candidatura de Nelson Júnior ganhar corpo e força, já trabalhava fortemente para se aproximar dos evangélicos. Fez diversas e grandes reuniões com Maranatas, participou de infinidade de eventos religiosos, com pastores de uma série de denominações, sobretudo da Igreja Universal do Reino de Deus, de onde o partido Republicanos é ligado.
Outra liderança republicana, e ex-presidente do partido, o pastor e vereador de Vila Velha Devanir Ferreira foi um dos responsáveis pela aproximação de Nelson Junior, Erick Musso e o partido. E é ele mesmo que empurra o coro para a retirada da candidatura de Sergio Meneguelli a senador, alegando que o partido é conservador e precisa de um nome tal qual para se aliar.
Segundo lideranças republicanas, o trabalho tem se intensificado neste sentido, mas internamente é preciso alinhar com o projeto que vinha sendo desenhado e mostrava que teria sucesso. Sergio Meneguelli já despontava nas pesquisas em primeiro lugar. Contudo, o nome de Nelson Júnior, até agora não entrou em pesquisas, uma vez que ele assumiu que irá concorrer somente na última semana.
Festejando com Rigoni
E tem mais: Felipe Rigoni, deputado federal, presidente do União Brasil no Espírito Santo e pré-candidato a governador não está dormindo. Tem mantido contatos com o pastor e na última semana o recebeu em sua comemoração de aniversário. O partido dele também precisa de alianças e composição de chapas.
Nelson Junior entra numa disputa que já tem os nomes de Magno e Meneguelli, Gilbertinho Campos (PSOL), Rose de Freitas (MDB), Cesar Colnago (PSD), Alexandre Ramalho (Podemos), Reinaldo Centoducatte (PT), Idalécio Carone (Agir), dentre outros.