Psicólogos explicam a importância de celebrar o silêncio nos dias atuais

7 de maio de 2023

Última atualização: 8 de maio de 2023

O dia do silêncio, celebrado neste domingo (7), tem como objetivo conscientizar as pessoas dos males provocados pela poluição sonora. Pensando nisso, conversamos com psicólogos sobre a importância do silêncio para a saúde mental e também física.

O psicólogo e terapeuta cognitivo comportamental, André Zonta, explica que, o silêncio tem efeito terapêutico sobre a pessoa que tem disposição para lidar com esse momento que muitos não conseguem vivenciar atualmente.

Zonta relata que, quando você se permite ter momentos de silêncio, você consegue regular melhor seus batimentos cardíacos se estiverem acelerados, ajuda a regular as emoções, contribui para atenção e concentração trazendo maior foco ao que precisa, além de diminuição de picos de estresse.

Já para a Psicóloga e Terapeuta de Casal e Família, Elza Leite, ambientes silenciosos ajudam o cérebro a se reorganizar e na parte física, pode reduzir a pressão arterial e o estresse, aumentar a capacidade cognitiva e a capacidade de atenção. “O silêncio pode ajudar o cérebro a se reorganizar, dar a você a capacidade de registrar outras memórias, de observar as coisas no seu redor e te dá mais flexibilidade pra se adaptar melhor às coisas que vão aparecer de onde você”

SOM EXAGERADO

A poluição sonora é toda emissão de som que, direta ou indiretamente, seja ofensiva ou nociva à saúde, à segurança e ao bem-estar da coletividade. Seja, em bares, comércios, casas de show e até em locais residenciais, o som constante pode prejudicar a saúde mental e física.

Em relação às tecnologias consumidas atualmente, Leite revela que o uso exagerado de telas, pode causar uma alteração no funcionamento cerebral – principalmente naquilo que diz respeito aos neurotransmissores que são responsáveis pelo nosso bem-estar -, também podendo causar um cérebro desordenado.

“O nosso cérebro começa a a funcionar de uma maneira desordenada, ou seja, de uma maneira que não é saudável. E essa desordem pode gerar um fenômeno de dependência de telas que é uma grande preocupação que a gente tem hoje na atualidade” completou a especialista.

De acordo com o Terapeuta Cognitivo Comportamental, André Zonta, com o advento das redes sociais, as informações estão o tempo todo disponíveis numa velocidade quase impossível de acompanhar. Logo, muitas pessoas buscam estar o tempo todo conectadas para estarem a par de tudo que está acontecendo

“Por vezes, existem vídeos com diversos tipos de sons, diálogos, efeitos sonoros que podem afetar o estado emocional da pessoa. Além do mais, a exposição excessiva a telas e efeitos sonoros podem afetar de modo considerável a audição, visão e postura corporal da pessoa.” explicou.

Para Zonta, para regular tantos excessos, é importante estabelecer limites para si mesmo no tempo de utilização de aplicativos, redes sociais, jogos, sons e televisão. Hoje existem ferramentas no próprio celular que ajudam a controlar o tempo de utilização dos aplicativos por exemplo que podem ser bem úteis.

CELEBRE O SILÊNCIO

André destaca que é importante desenvolver rotinas que saiam um pouco do acesso contínuo dos aparelhos em geral, como jogos de tabuleiro, brincadeiras ao ar livre, passeios, trilhas, contato com a natureza, caminhadas, andar de bicicletas, dentre outras atividades físicas e ter momentos de bate papo com pessoas que você gosta sem ficar acessando o celular o tempo todo.

“Para experimentar momentos de silêncio tente focar sua atenção a sua respiração com os olhos fechados e procure notar as reações do seu corpo. Práticas com foco em mindfullness ou meditação contribuem muito para ajudar a aprender a desacelerar e a aprender a lidar e aproveitar momentos de silêncio. É claro que estar em silêncio em um mundo acelerado, barulhento e que não para não é algo tão simples e fácil, mas permitir-se tentar pode contribuir para que você possa ter experiências diferentes.” completou.