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Advogado pode ter levado ordem para assassinato de esposa de preso

Advogado pode ter levado ordem para assassinato de esposa de preso
De acordo com a polícia, Ícaro (primeira foto a esquerda) repassou a ordem por meio do advogado a Fernando, que permitiu a execução. Deivisson e Edmaycon atraíram a vítima, e a executaram com Igor, Bruno Filipe e Isac (todos na respectiva ordem). Fotos: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, realizou, na última sexta-feira (13), a prisão do advogado criminalista Frank William de Moraes Leal Horácio, de 30 anos, suspeito de transmitir ordens de dentro do Centro de Detenção Provisória de Guarapari para o assassinato de duas pessoas, sendo uma delas a esposa de Ícaro Santana Soares, o “Icrinho”, preso desde 2017 e que responde à quatro homicídios

O advogado foi preso ao sair de casa com o intuito de ir ao Fórum ver o processo em que é réu. Segundo o titular da DHPP de Serra, Rodrigo Sandi Mori, ele ultrapassou os limites de atuação da advocacia e passou a atuar em conjunto com os criminosos, a partir do momento em que traz uma ordem de Ícaro para matar a própria esposa e Fernando Monteiro Telles.

“Ele escreve uma carta de próprio punho a pedido do mandante [Ícaro] e coloca em risco a vida de pessoas que foram ouvidas no inquérito, e também pessoas que se quer foram ouvidas. Além disso, após o depoimento em 30 de agosto, ele divulga um áudio de cinco minutos para familiares dos investigados, que são de alta periculosidade. Ou seja, ele passou a atuar em conjunto com criminosos e responde também por homicídio qualificado por três qualificadores”, ressaltou.

Um adolescente que não teve a idade divulgada está apreendido e sete pessoas presas por suspeita de envolvimento no caso: Ícaro Santana Soares, o “Icrinho”; Bruno Alexandre da Silva Cruz; Filipe Santana Pereira; Igor de Jesus Alves da Cruz; Deivison Borges dos Santos, o “Coroa, e Isac Nunes de Aguiar.

Outros dois homens, identificados como Fernando Moraes Pereira Pimenta, o “Marujo”, e Edmaycon Guss Ferreira, o “Girafa”, estão foragidos, também por participação no crime.

Advogado pode ter levado ordem para assassinato de esposa de preso
Fernando Monteiro Telles | Foto: Divulgação/ Polícia Civil

A prisão teve origem da investigação que apura o homicídio de Fernando Monteiro Telles, foi encontrado carbonizado no interior de um veículo no dia 30 de março, na Rodovia Audifax Barcelos, na altura do bairro São Marcos II, na Serra, após uma denúncia.

Advogado 

De acordo com o titular da DHPP de Serra, Frank William transmitiu a ordem de assassinato para traficantes da Serra e do Bairro da Penha.

“A ordem foi transmitida pelo advogado Frank William de Moraes Leal Horácio, que era advogado tanto do Ícaro quanto do Fernando [vitima]. Ao sair do presidio em uma noite, o advogado foi até a residencia do Fernando propondo que ele saíssem, já que ele estava com a ordem para matar o Fernando e a esposa do Ícaro. Nessa mesma data, o advogado pediu para a vitima não avisar a esposa, pois ela não passaria da sexta-feira daquela semana. No entanto, ele não aceitou a ideia, dizendo que não deixaria ela morrer por ele [Ícaro]”, esclareceu.

A vítima já fez parte dos criminosos mais procurados pela polícia capixaba. Apelidado de Fernandinho, ele atuava em Colina da Serra e já respondia por homicídios e tráfico de drogas. A polícia acredita que o assassinato foi motivado pelo envolvimento de Fernando com a esposa de Ícaro. Com isso, o crime não tem nenhum envolvimento com o tráfico.

O titular da DHPP da Serra ainda explica que toda a história tem inicio a partir da prisão de Ícaro, que responde a quatro homicídios, em 2017.

“Quando foi preso, ele [Ícaro] passou as responsabilidades das bocas de São Marcos e Serra Dourada ao seu amigo, Fernando, sendo que, a ordem era repassar o dinheiro das bocas de fumo para a esposa do “Icrinho”. Entretanto, os encontros resultaram em um relacionamento amoroso e ao saber, Ícaro de dentro da prisão deu a ordem para que executassem os dois”, contou o delegado.

Em 20 de outubro, durante a Operação Ponto Cego, duas advogadas foram presas pelo mesmo crime: intermediação de ações criminosas.

Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES) informou que está acompanhando o caso por meio da Comissão de Prerrogativas. Quanto a procedimentos ético-disciplinares, disse que os processos internos tramitam sobre sigilo, por força de Lei Federal, e que não pode passar informações.

Assista a reportagem

https://www.youtube.com/watch?v=WE-AuMd6WeU

 

Matheus Passos
Matheus Passos
Graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário Faesa, atua como repórter multimídia no ESHoje desde abril de 2021. Atualmente também apresenta e produz o podcast ESOuVe. Ingressou como estagiário em junho de 2019. Antes atuou na Unidade de Comunicação Integrada da Federação das Indústrias do Estado (Findes).

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