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Saiba o que dizem delatores da Odebrechet sobre políticos capixabas

Paulo Withaker/Reuters
Paulo Withaker/Reuters

Oitos políticos do Espírito Santo foram citados em delações de ex-executivos do Grupo Odebrecht e tiveram petições para abertura de inquérito enviadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Justiça Federal. São eles o governador Paulo Hartung (PMDB), o senador Ricardo Ferraço (PSDB), o deputado estadual Rodrigo Coelho (PDT), o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS), e o secretário estadual de Assistência Social e ex-prefeito de Cachoeiro Carlos Casteglione (PT), todos com mandato ou cargo público.

Também estão na relação dos delatores o ex-prefeito da Capital Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e Paulo Brusque, socialista aliado de Casagrande.

Saiba o que foi dito sobre cada um deles, que teriam recebido benefícios financeiros indevidos, e como se defendem:

– governador Paulo Hartung (PMDB): o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto da Silva Júnior disse que foram feitos “pagamentos indevidos” ao peemedebista “para as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012”. No total, o montante chega a R$ 1,080 milhão, pagos nos meses de setembro de 2010 e setembro de 2012.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, enviou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o teor da delação informando que o delator tem documentos que “em tese, comprovariam esses pagamentos”, para que o caso seja julgado pelo STJ.

Por meio de nota o governador informou que não disputou as eleições de 2010 e 2012. “Portanto, é leviana, mentirosa e delirante a citação de que ele teria recebido recursos da construtora Odebrecht. O governador afirma que acusações infundadas como essa só contribuem para confundir, tumultuar a investigação e manchar a trajetória das pessoas de forma irresponsável”.

– senador Ricardo Ferraço (PSDB): está na relação dos 29 senadores contra as quais o ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito depois que os executivos da Odebrecht Sérgio Luiz Neves e Benedicto Júnior contaram ter pago caixa dois de R$ 400 mil para a campanha do capixaba, identificado como “Duro”, ao Senado em 2010 por meio do setor de operações estruturadas da construtora.

Ao colocar Ferraço na lista, com mais 108 autoridades brasileiras, incluindo ministros, deputados federais e governadores, Fachin argumentou: “relatam esses colaboradores o pagamento de vantagens não contabilizadas no âmbito da campanha eleitoral de Ricardo Ferraço ao Senado Federal, no ano de 2010. Esclarecem que teriam sido pagos R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, sendo o beneficiário identificado no sistema ‘Drousys’ com o apelido de ‘Duro’. Sustentando o Procurador-Geral da República que a conduta descrita amolda-se, em tese, à figura típica contida no art. 350 do Código Eleitoral”.

Por meio de nota o senador Ferraço informou que foi surpreendido e está indignado. “Foi com absoluta perplexidade e indignação que eu recebi a informação de que meu nome está incluído na chamada lista do Fachin. Toda minha campanha foi declarada e, como poderão constatar na prestação e contas no TSE, esta empresa não foi doadora. Nunca tratei qualquer assunto com essas pessoas e tampouco autorizei que alguém tratasse. Acionarei esses mentirosos judicialmente para que provem as acusações”.

– Luciano Rezende, Renato Casagrande e Paulo Cesar Brusqui de Almeida: No teor das decisões do ministro Fachin mostra que em delação, Sérgio Luiz Neves e Benedicto da Silva Júnior disseram que nas campanhas de 2010, 2012 e 2014 foram repassados R$ 2,3 milhões para o ex-governador, o prefeito de Vitória e Brusque.

Em nota o prefeito da capital capixaba esclareceu que “1- jamais tive qualquer contato com executivo algum ou qualquer representante dessa empreiteira citada. 2- NENHUMA obra dessa empresa foi realizada durante todos os meus 4 anos de gestão na Prefeitura de Vitória. 3- Jamais autorizei qualquer pessoa a tratar de qualquer assunto eleitoral com essa empresa.  4- Minhas contas pessoais e de campanha, todas aprovadas, estão à disposição para esclarecimento, o mais rápido possível. 5- Toda delação para ter alguma validade, tem que ser comprovada com documentos e provas. 6- Já estou buscando informações precisas para tomar todas as providências necessárias”.

Já Casagrande diz que em “2010 e 2014 as coordenações das campanhas e o PSB receberam sim recursos da empresa, de acordo com a legislação eleitoral que previa arrecadação de empresas privadas. Nas eleições de 2012 a direção nacional do PSB repassou aos municípios, através da direção estadual, recursos arrecadados das empresas para colaborar com as campanhas de prefeitos”.

Paulo Brusqui diz que foi surpreendido, mas que está à disposição da Justiça, tendo sido responsável pelas finanças nas campanhas do PSB. “Tomei conhecimento, através da imprensa, da inclusão do meu nome na investigação aberta no Tribunal Regional Federal-RJ, a respeito de doações da Odebrecht. Esclareço que fui responsável pela administração financeira das campanhas do PSB, nas eleições de 2010 e 2014, não tendo jamais disputado qualquer cargo eletivo. Esclareço por fim, que tão logo seja intimado pela justiça, terei oportunidade para promover a defesa do trabalho realizado na campanha”, informou em nota.

Rodrigo Coelho, Carlos Casteglione e outros políticos: foram mencionados e a documentação foi remetida ao TRF da 2ª Região. Eles teriam sido beneficiados para “garantir o interesse do grupo Odebrecht em contratos do setor de saneamento”. O deputado disse que vai consultar seus advogados para saber que passos dar. “Sou homem publico e reitero à sociedade capixaba a minha retidão na vida pública e política. (…) Não tem nem decisão de abertura de inquérito, mas tem palavras ao vento, e ter que responder palavras ao vento nos faz ficar sem palavras, porque não sabemos a quem responder. Tenho certeza que nada será encontrado e as consequenciais de reversão serão tomadas, porque as pessoas não podem usar o nome da gente e não responder por isso”, disse da tribuna da Assembleia Legislativa.

– Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB): De acordo com os depoimentos dos executivos do Grupo Odebrecht o tucano recebeu “vantagens indevidas” na eleição de 2010, quando ele foi candidato ao governo do Estado, houve pagamento “não contabilizado” de R$ 400 mil. Já dois anos depois Luiz Paulo tentou se eleger prefeito de Vitória, e recebeu do “departamento de propinas” da Odebrecht por intermédio do advogado Luciano Ceotto, o repasse de R$ 100 mil. No caso do ex-prefeito, o pedido de abertura de investigação foi destinado à Justiça Federal do Espírito Santo.

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