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Profissionais da saúde contam como trabalho e humanitário andam juntos

por Jéssica Alves Maciel – redacao.eshoje.com.br

Enfermeiros de todo o país se reúnem no Espírito Santo desde o dia 2 de outubro no 16º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, que acontece no Pavilhão de Carapina, na Serra. O evento segue até este sábado (05), com palestrantes como o médico e a enfermeira que chefiaram as equipes no atendimento das vítimas da tragédia na Boate Kiss – em 27 de Janeiro, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
O médico cirurgião do Hospital Central de Sergipe e responsável pela Força Nacional do SUS, doutor Márcio Xavier Almeida Barreto compartilhou com cerca de 200 enfermeiros de diversos estados do Brasil como foi o trabalho de atendimento às vítimas que estavam na boate no momento do incêndio e contou que a grande tarefa foi organizar a remoção dessas vítimas para atendimento em outros estados.
“Fomos acionados ás 6h da manhã e nos deslocamos para Santa Maria. Nas primeiras 12 horas após a tragédia já tínhamos ideia do que era necessário para o atendimento das vítimas. Cerca de 80 profissionais trabalharam nesse atendimento. Houve uma grande cooperação do Estado do Rio Grande do Sul. Com 36h de trabalho, que foi considerado o momento mais crítico, não faltava médico, enfermeiro, respirador ou qualquer outro tipo de equipamento necessário para o atendimento dessas pessoas.
Nós fizemos cerca de 570 atendimentos. Não dá pra atender esse número de pessoas de forma ordinal. Algumas vítimas chegavam lá com escoriações e fraturas leves, mas a gente tinha consciência de que aquele indivíduo não perderia a vida nas próximas horas. Nós estávamos lidando com, além de pessoas machucadas, também com crise nervosa, medo, pois foi um susto muito grande.
Para que os atendimentos chegassem às vítimas mais graves, nós priorizávamos as vítimas que chegavam com confusão mental e oximetria baixa, o que significava que ele estava em um estado de franca deficiência respiratória. Essas vítimas eram encaminhadas para uma ala separada e recebia a ventilação mecânica. O método de triagem foi essencial no salvamento das vítimas”.
A importância de saber lidar com o emocional
Enfermeira do setor de urgência e emergência há 18 anos, a enfermeira Maria da Conceição Mendonça Costa chefiou a equipe de enfermagem contou para quem assistia que esse episódio foi seu maior desafio profissional, e que a triagem na escolha dos profissionais para trabalhar com essas vítimas também foi crucial para o salvamento.
“A tragédia foi difícil e mexeu com o emocional e o psicológico tanto dos profissionais, quanto dos familiares das vítimas. Nós sentimos a dor da perda de cada um daqueles jovens, de passar para as famílias os óbitos. Foi um gerenciamento de crise. A humildade, simplicidade, a fala e o silêncio na hora certa nos fortaleceu muito a salvar o maior número de vitimas”.
Alguns profissionais que foram escalados para trabalhar no atendimento às vítimas chegaram ao local e foram embora porque admitiram que não tinha estrutura emocional e psicológica para lidar com a situação, por isso a triagem dos profissionais foi muito importante. “Eu aprendi muito como profissional, mas mais ainda como ser humano. Ter participado do salvamento dessas vítimas me induziu a querer fazer sempre o melhor pelo e para o Brasil” disse a enfermeira.
O Congresso
O 16º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem será realizado até sábado, 05 de outubro, no Pavilhão de Carapina, na Serra. Segundo Antonio Marcos Freire Gomes, do Conselho Federal de Enfermagem, o evento é o maior dessa categoria profissional e irá reunir, até o final, cerca de oito mil pessoas de todo o país. Com palestras, oficinas e mesas redondas, a programação terá como tema central a “Compromisso com a Ética e a Responsabilidade Social” e subtemas como ética e legislação em enfermagem; cidadania; alienação e controle social; acessibilidade e sustentabilidade no SUS.
Vindo de Pernambuco para Vitória para participar da feira, as enfermeiras Micheline Sobral, Renata Lemos e Simone Braga foram unânimes em relação ao reflexo que a feira traz para a vida profissional. “Nós temos a oportunidade de conhecer pessoas que tem uma realidade diferente da nossa, compartilhamos as nossas experiências e aprendemos muito. É a oportunidade que temos de nos aperfeiçoar profissionalmente” disse Micheline.

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