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quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Moqueca só capixaba

Discute-se, presentemente, qual a melhor moqueca produzida no Brasil. Se a capixaba, cozida com o tradicional óleo comestível de cozinhar (soja, milho, girassol, etc.) ou a baiana, com a utilização do óleo extraído do coco do dendê.

Vou tirar a moqueca feita pela Maria, minha adorável empregada, da relação dos restaurantes  São Pedro, de Vitória, e as do Gaeta e Boquerão,  de Guarapari. Nunca comi moqueca melhor, em lugar nenhum do mundo, do que as desses três restaurantes.

Para almoçar uma moqueca baiana, feita com óleo do dendê, é preciso ter costume com aquele tipo de óleo, caso contrário, pode ter uma bruta infecção intestinal, porque o dendê é muito forte, tem um cheiro meio agressivo, como o paladar; para quem não é acostumado, como diz Cacau Monjardim: “Moqueca só capixaba”…

Quando vou à Espanha, ao sair de Alicante, de carro, passo por Almería em direção a Granada. Em Almería, à margem da rodovia, tem uma lanchonete que ostenta um grande letreiro: “O melhor pastel do mundo”. Reclamo com o dono da pastelaria , que falta ali o caldo de cana, mas ele acha difícil, trazer a cana das Ilhas Canárias e não poder usá-la imediatamente. Temos que empurrar o “melhor pastel do mundo” com um suco ou mesmo café. Não vou discutir com o proprietário que o pastel dele não tem nada de melhor do mundo. Aqui no Espírito Santo, nas Lanchonetes Califórnia, no município de Ibiraçu, não passo ali, na ida e vinda, sem tomar o tradicional caldo de cana (sem gelo) e o pastel, invariavelmente de queijo. Já comi muito pastel bom. Aqui mesmo em Vitória tem, nas redondezas da praça Costa Pereira, com excelentes caldo de cana e pastéis, mas os da Lanchonete Califórnia são imbatíveis. Para mim, os melhores do mundo, como as moquecas.

Desde que saí de são Mateus, menino, de calças curtas , minha mãe preparava moqueca de judeu (pequeno peixe escuro dos mangues mateenses). No meus sonhos comia aquela iguaria e, recente, contei ao meu velho amigo Motta (Antonio de Pádua) das saudades da moqueca de judeu que minha mãe fazia. Motta arranjou os judeus e, um belo dia, telefonou: “O judeu está no frízer”.” Falta você marcar o dia para comer a moqueca. Marca a data”! Dias depois, telefonei: “Estou indo”. E realmente comi a moqueca dos meus sonhos infantis.

Aqui para nós. Tenho almoçado muitas feijoadas boas por aí, mas a melhor do mundo, é a da Maria.

Dizia minha mãe :”O que é de gosto, catinga é cheiro”. Não suporto o cheiro do dendê, entrando nas minhas narinas…

Uchôa de Mendonça
Uchôa de Mendonça
A partir de hoje, aqueles que desejarem perder seu tempo e conhecer melhor as idéias de Uchôa de Mendonça, irá encontrá-lo por aqui, direto e franco, sempre pela direita e pela frente. Uchôa de Mendonça começou a trabalhar em jornal aos 5 anos de idade, em São Mateus, vendendo o Jornal O Norte, de propriedade do seu pai e, aos sete anos, já trabalhava como impressor e, com dez anos, já escrevia tópicos para a página policial.

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