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Familiares de militares capixabas protestam por melhores salários

bb081323-4767-4a09-91a0-173c7dd79cdeMães, irmãs, namoradas e esposas de policiais militares protestaram, nesta sexta-feira (3), em frente à 2ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar (PMES), na Serra, por melhores condições trabalho e aumento nos salários do policiais. Elas impediram as entradas e saías de viaturas.

Com cartazes com dizeres como “A polícia que mais diminui índices no Brasil tem o menor salário”, “O pior salário do Brasil” e “Cumpra-se a Lei, correção salarial já”, o grupo permaneceu ao longo do dia. “Nós estamos fazendo isso como uma forma de ajudar eles, porque eles não podem protestar. A família sente na pele o que está acontecendo e as dificuldades que eles estão enfrentando”, reclamou a irmã de um policial que não quer se identificar.

Ela ainda informou que protestos como o desta sexta devem acontecer em outros batalhões da Grande Vitória. E que as mulheres só vão sair da 2ª Companhia na Serra, após tiverem uma resposta do Governo. “Nós precisamos de uma resposta. O Governo falou que está fazendo de tudo para não atrasar, tá, mas ninguém diminui o salário de vereador, de prefeito de deputado”.

Para tentar expor ao Governo o a real situação da PMES, as associações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes), dos Militares da Reserva, Reformados, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas de Militares do Estado do Espírito Santo (Aspomires) e dos Bombeiros Militares do ES (ABMES), se reuniram e enviaram um documento solicitando uma reunião com o Governador Paulo Hartung.

O documento foi oficializado no dia 31 de janeiro e enviado ao Governo no dia seguinte, sugerindo que o encontro fosse realizado até a primeira quinzena deste mês. São sete anos sem aumento e três anos sem revisão anual, salário de pouco mais de R$2.600,00, o menor entre os estados brasileiros, informa o presidente da Assomes o Major Rogério Fernandes Lima.

“Em 2016 fizemos várias interlocuções com o Governo, mas não tivermos um posicionamento concreto. Esse pedido de reunião é para que possamos sensibilizar o governador, falar das dificuldades que os policiais estão passando. Eles assumem o compromisso de dar a vida para a sociedade, é muito complicado motivar esse homem para trabalhar, nessa situação”, lamentou.

Serviços extras para manter as famílias
O presidente destaca que muitos policiais estão tendo que tirar os filhos das escolas particulares, tendo que cancelar planos de saúde, e definindo prioridades na hora de pagar as contas. Além disso ressalta que devido a essa situação, muitos tem que buscar outras alternativas de trabalho que podem interferir no trabalho de defesa da sociedade.

“O policial que vai fazer o “bico”, fazendo segurança privada, por mais que seja fiscalizado, ele se coloca em situação de risco. E mesmo que ele não queira trabalhar com isso, e opta por trabalhar de pedreiro nas horas de folga, ele pode se acidentar e prejudicar o trabalho dele que é em prol da segurança da população”.

Major Rogério, disse que o movimento dos familiares dos policiais é autônomo e que tem receio que isso fique sem controle. “Elas sentem o estado emocional dos policiais que vão trabalhar. Nada pode ser descartado, por mais que tenhamos mecanismos muito rigorosos dentro da Polícia. O que se pode exigir do homem que vê o filho passar fome? Temo que o movimento se descontrole”.

Presidente da ACS, o sargento Renato Martins Conceição, entende que os protestos sejam uma consequência do que os militares estão recebendo. “Nós já alertamos o Governo sobre isso. Avisamos que a cota de cesta básica tinha acabado e vários policiais estão precisando delas. Acho complicado um sujeito que empenha a vida, ser tratado dessa maneira”, alertou.

Bolsa Família
Um soldado chegou a dar entrada e passou a receber o Bolsa Família, benefício concedido há famílias de baixa renda, disse o sargento. “Em Minas Gerais os policiais tiveram o salário parcelado. Porém, uma parcela de um soldado mineiro mais de R$ 4 mil, é maior do que o salário completo do soldado aqui do estado”.

Assim como o presidente da Assomes, o sargento Renato Teme aonde a situação da PM no ES pode chegar. Por isso exigem uma reunião com o governador. “Quero dizer a ele (Paulo Hartung) que existe um barril de pólvora e ele não está percebendo, a minha intenção é de alertá-lo em relação a isso, e parece que essas informações não chegam a ele como deveria chegar”.

Situações como a de policias com mais de 20 anos de trabalho com apenas uma promoção são “situações que maltratam” o PM. “Além de termos policiais que não são promovidos de maneira correta, temos a Lei de promoção, nº 467, que não está sendo cumprida”.

O sargento ainda disse que no dia 15 de fevereiro a ACS vai realizar uma assembleia para falar sobre questões salariais. Ele também complementou que recebeu informações de que o protestos dos familiares dos PMs deve ocorrer em todos os batalhões da Grande Vitória, inclusive BME e Rotam.
A Secretária de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou por meio da assessoria de imprensa que não vai comentar o assunto.

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