Quase um mês após o acidente que vitimou três portuários quando trabalhavam no navio Sepetiba Bay, atracado em Aracruz, o Sindicato dos Estivadores divulgou, na última terça-feira (21), o que teria sido a causa das mortes: falta de oxigênio no porão.
De acordo com o sindicato, uma falha na medição de oxigênio é a principal suspeita. Segundo a perícia, analisada em conjunto com a Fundacentro, do Ministério do Trabalho, havia 5% de oxigênio no local quando ocorreu vazamento de um suposto gás tóxico e o ambiente deveria ter, em condições normais pelo menos 21%.
A Companhia de Navegação Norsul, que fretava o Sepetiba Bay e é responsável pelos profissionais embarcados no navio foi procurada para comentar o caso, mas não retornou os contatos.
Relembre o caso
No último dia 24 de julho, um acidente no dentro da área do Portocel, em Barra do Riacho, Aracruz, no Norte do Espírito Santo, deixou três trabalhadores mortos e outro ferido. Segundo informações do Sindicato dos Portuários, um vazamento de gás tóxico teria sido responsável pelas mortes de Adenilson Rodrigues de Carvalho, 47 anos, Clovis Lira da Silva, 56 anos e Luiz Carlos Milagres, 64 anos
Ainda de acordo com o Suport-ES, as informações iniciais dão conta de que um dos portuários teria descido o porão do navio Sepetiba Bay de barcaça de madeira, mas, ao inalar o gás tóxico, desmaiou e chegou a cair da escada. Os outros colegas foram tentar socorrê-lo, mas acabaram inalando o gás e desmaiando também.
O Corpo de Bombeiros socorreu as vítimas, que foram levadas para o Hospital São Camilo, em Aracruz, mas não resistiram. O presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto, lamenta o fato e disse que está cobrando as providências para que as investigações apontem as causas do acidente. “Essa tragédia mostra a necessidade de se ampliar o leque de segurança no terminal, principalmente em porão de navio, um espaço confinado, cumprindo à risca a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário (NR-29)”.
O Terminal Especializado de Barra do Riacho (Portocel) é o único porto do Brasil especializado no embarque de celulose.