Depois de exatamente dois anos do desabamento que matou o porteiro Dejair das Neves, 47, deixou quatro pessoas feridas e obrigou moradores de 166 apartamentos a deixarem suas casas, o condomínio Grand Parc, na Enseada do Suá, em Vitória, continua interditado. Com isso, os moradores ainda aguardam pelo retorno aos apartamentos em locais pagos pela construtora.
A previsão é de que o empreendimento só seja liberado para que os ocupantes voltem aos apartamentos em julho de 2019. As obras tiveram início em julho de 2017.
Segundo a Cyrela, foram firmados acordos individuais de indenização em valores não confirmados, mas estima-se que estejam em R$ 130 milhões. A previsão de término e retorno das pessoas ao condomínio também não foram informadas.
O incidente
O desabamento aconteceu durante a madrugada do dia 19 de abril de 2016. Além do porteiro, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, entre elas, o síndico e funcionários do prédio. Foram três lajes que caíram, sendo a área de lazer, a área da garagem e a área do subsolo.
O inquérito da Polícia Civil que investiga as causas e a responsabilidade pela morte já foi concluído e encaminhado à Justiça. No entanto, o Ministério Público requisitou outras diligências.
A família de Djair das Neves ajuizou quatro ações contra os responsáveis pelo local – Condomínio, Construtora e incorporadora –, uma delas é reivindicando danos morais e danos materiais. O advogado responsável por essa ação, Pedro Fraga, explica um pouco sobre o processo
“Existe uma ação de uma das filhas, a Gracielly, junto com os oito irmãos e o pai de Djair, no qual eu sou o procurador, ou seja, são 10 reclamantes em razão da morte do porteiro. Já estamos na fase final, os processos todos já estão concluídos e estamos esperando apenas o resultado da pericia técnica principal que foi feita pela defesa civil de vitória que ainda não saiu praticamente 95% das provas já estão nos autos do processo”.
Ele fala também sobre a lentidão do processo, que foi iniciado cerca de um mês após o incidente, e segundo ele, é justificável “É um processo lento, mas a lentidão tem uma explicação, porque são muitas pessoas que compõem o polo ativo da ação, muitas empresas compondo o polo passivo da ação, muitos processos com vários advogados e dependência de elementos externos, como laudos e pericias que não estão todos concluídos”.
As ações estão sendo avaliadas pelos juízes da 7 ° Vara do Trabalho, que reuniram todas as demandas em um único local. As indenizações dos danos morais serão decretadas individualmente, uma vez que, de acordo com o advogado, cada um sente sua dor de uma forma única, então os valores serão diferenciados. Já a indenização de danos materiais será repassada em um valor unitário que será dividido igualmente entre os reclamantes da ação.