Infelizmente a insegurança faz parte da rotina de grande parte dos brasileiros, a população capixaba conhece essa realidade. Principalmente em um período como esse logo após os ataques recentes na capital do estado, e o medo da população de uma nova greve da Polícia Militar do Espírito Santo.
Essa insegurança pode ser justificada através da defasagem no número de policiais civis em atividade.
De acordo com os dados disponíveis no Portal da Transparência do governo do estado, apenas 2.039 servidores da Polícia Civil do Espírito Santo estão ativos atualmente, é um contraste preocupante já que, segundo os últimos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população capixaba estimada é de 4.018.650 pessoas.
A falta de efetivos pode afetar diretamente na solução de casos. É o que afirma o presidente do Sindicato dos Policias Civis do ES, Aloísio Fajardo. “A polícia está defasada, são muitas demandas em para um efetivo pequeno. Um bairro pequeno, por exemplo, recebe de 500 a 600 ocorrências por semana, e já tivemos o caso de unidades com apenas três policiais”.
“O ideal para atender à população do nosso estado com a segurança necessária seriam quatro mil policiais em atuação, mas só temos dois mil”.
Vagas para o concurso da PCES é insuficiente
Como tentativa para solucionar esse problema, o estado abriu um concurso para preenchimento de cargos que já está em andamento, ofertando 173 vagas. “O número de vagas não preenche a necessidade da polícia civil hoje. Há 22 anos não abrem vagas para o concurso de investigador, por exemplo, e isso é preocupante”.
O baixo número de efetivos já preocupa, e corre o risco de diminuir ainda mais. “Existem atualmente cerca de 300 policiais que continuam em atividade e tem todos os direitos para se aposentar. Com a reforma previdenciária muitos desses policiais pediram a aposentadoria por intendência de prejudicados. E então hoje nosso quadro pode se tornar ainda mais grave, com a possível redução de 300 aposentados a qualquer momento”.
De acordo com o presidente, o sindicato apresentou dois projetos em âmbito nacional. O que eles pedem é uma reestruturação da atual estrutura policial. “Queremos que a Polícia Civil seja respeitada em todo o Brasil, principalmente na área de investigação. O que pedimos é que nosso sistema funcione como o da Polícia Militar, com a possibilidade de carreira única”.
A Polícia Civil do ES respondeu, em nota, que o concurso já está em andamento dentre as vagas, são 15 para médico-legista, 50 para perito oficial criminal e 20 para auxiliar de perícia médico-legal.
“A previsão é que os aprovados sejam convocados no inicio do segundo semestre deste ano. O concurso com 33 vagas para o cargo de delegado foi suspenso preventivamente, atendendo a solicitação da Defensoria Pública Estadual, em razão de inconsistências apresentadas na segunda etapa (prova discursiva) realizada pela banca organizadora. A PCES ressalta que se trata de uma suspensão e não cancelamento. Todos os candidatos inscritos continuam concorrendo até que todos os trâmites legais sejam finalizados”.
excelente materia,parabens.
Ótima matéria, isso sim é jornalismo de qualidade!!
Nada de novo nessa história. Desde qdo foi criado o quadro organizacional da PCES, décadas atrás, o efetivo policial sempre foi irrisório e aquém do número populacional. Governo nenhum se preocupou com essa situação. Concursos foram abertos contudo contratações abaixo do necessário, consequências disso, amontados milhares de inquéritos policiais, uns prescritos, outros quase, sem contar com as milhares de ocorrências aguardando virarem inquéritos policiais. Nesse lapso temporal o único que ganhou foi a criminalidade que cresceu, evoluiu , se estruturou e ficou muito difícil de se combater.