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Conversas com passageiros inspira motorista de aplicativo a escrever livro

rogero bitencourt1Dirigir um veículo integrado a aplicativo de transporte pode ser apenas um trabalho. Mas para ele é uma “universidade” e uma etapa na vida. Rogério Bitencourt é motorista há dois anos e vê as corridas como oportunidade de conhecer pessoas e mais: dividir experiências. Entre uma viagem e outra ele aproveita para vender seu livro. “O próximo passo – A arte da resiliência” foi escrito também em meio aos quilômetros rodados e inspirado nas conversas com os passageiros.

Aos 54 anos, o motorista conta como foi viver, aos 23 anos, após um ano e meio de casado com sua única namorada, ao vê-la grávida e cega. Sua história passa da alegria de esperar a primeira filha para a derrota e o sofrimento da doença da esposa que culminou na miséria da família.

Apesar de uma trajetória dolorosa, a obra independente passa mensagens de otimismo. “Neste livro eu tento passar a mensagem de que não podemos olhar as circunstancias como ponto final, nem podemos desprezar as oportunidades. Há dois anos dirijo Uber e tem sido uma universidade conhecer tantas pessoas, ouvir tantas histórias. Esse livro nasceu nesta experiência profissional, mas não desejo continuar nisso: meu sonho é me dedicar 100% do tempo a livros”, revelou.

“O próximo passo – A arte da resiliência” é o quinto escrito pelo motorista. E um detalhe: ele tem apenas o ensino médio completo.  O primeiro foi escrito ainda aos 23 anos, ao lado de sua esposa. Léa estava cega e a relação dos dois chegou a ser reconhecida e tema de palestras e programas de rádio. “Há 29 anos a nossa relação já chamava atenção das pessoas, pois vivíamos para nossa família e para superarmos as dificuldades. Léa estava comigo em tudo e eu com ela. Quando ela ficou cega precisei deixar de trabalhar, pois ela precisava de mim e depois chegou a nossa Aninha (a primeira filha do casal). O fato de termos suportado as dificuldades nos levou a dar uma entrevista e depois tivemos um programa de rádio no Rio. Depois rodamos o país dando palestras, mas quando ela morreu isso acabou. E tive que recomeçar”, detalha.

No Espírito Santo há apenas um mês, morando na Serra, Rogério é nascido no Rio de Janeiro, mas tem raízes capixabas. Sua mãe nasceu na cidade de Muqui, e com a mãe de seus filhos passou alguns anos no Estado.  É aqui, também, que hoje, depois da viuvez, casado novamente, ele espera viver seus últimos dias. “Eu quero ficar por aqui e morrer por aqui”, finalizou.

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