A idéia de implantar um “botão do pânico” nos ônibus do Sistema Transcol tomou conta das discussões nas redes sociais. O instrumento seria colocado nos coletivos para inibir os assaltos, diariamente ocorridos e assim que acionado, o letreiro e o número da linha trocaria para: socorro assalto.
O medo do Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), que a principio descartou a idéia, é a insegurança que poderia gerar para motorista e cobrador, que seriam os responsáveis por ativar o botão.
Mas a população aprova: “Seria uma ferramenta válida, inclusive pra inibir os assaltos nos coletivos, mas ao mesmo tempo seria perigosa para o motorista e o cobrador. Eles ficariam vulneráveis aos ataques dos assaltantes. Seria interessante um aplicativo no celular em que qualquer pessoa pudesse acionar o serviço, assim os assaltantes não teriam um alvo certo”, pontua a professora Juliana Elias.
No dia 18 de janeiro o deputado Estadual Euclério Sampaio (PDT), protocolou um Projeto de Lei com base na idéia discutida. A proposição objetiva tornar mais célere à abordagem policial, coibir os furtos/roubos e trazer mais tranquilidade as pessoas que utilizam o serviço diariamente.
“Pedimos para que fosse instalado um botão para o motorista, para o passageiro e para o cobrador. Assim, quando ocorrer um assalto, qualquer um deles pode acionar e a placa indicativa do percurso do ônibus vai alterar. Também vai levar a informação para o CIODES (Centro Integrado Operacional de Defesa Social) de onde o transporte está”, aponta o deputado.
O vereador da Serra, Cabo Porto (PSB) também protocolou projeto que viabiliza alerta sobre situações de insegurança no transporte coletivo. “Temos que fazer algo com urgência em cima das estatísticas que recebemos. Mesmo com operações policiais as estáticas de assaltos, roubos e crimes dentro dos ônibus estão altas. 54% do horário que foram notificados foram entre às 18 horas e meia noite, horário em que as pessoas estão voltando para casa. Temos que colocar o projeto em prática”, afirma.
Segundo ao vereador, para que não fique a cargo do motorista ou cobrador acionar o botão e trazer insegurança a eles, o projeto foi pensado também para os passageiros. “Além do botão, teria um aplicativo para que os passageiros também participem da ação. Assim, não ficaria apenas para o motorista fazer isso. Porque se estão em três pessoas, um fica perto do motorista, outro perto do cobrador e o outro assalta. Dessa forma não. Todos podem acionar e pedir socorro”, aponta.
Para o rodoviário Leonardo Pimentel, a ideia pode ajudar a chamar atenção dos policiais, já que há situações em que gestos como pedido de socorro não são compreendidos. De acordo com uma cobradora que preferiu não ser identificada, durantes os seis anos e meio que trabalha em coletivos na Grande Vitória, vivenciou e tem informação de diversos assaltos.
Ela destaca um, que considero o pior: “Os bandidos ficaram por volta de 10 minutos dentro do ônibus, e começaram a me torturar e aos passageiros, que eram idosos. Fui agredida durante esse tempo e eles ameaçaram atirar no motorista, mas eles não estavam com arma, só simularam. Se tivesse botão do Pânico, eu não teria sido tão torturada”, afirma a cobradora.
O estudante Lucas Ferreira diz seria uma estratégia para que uma equipe policial chegasse mais rápido. “A ideia diminuiria o número de assaltos, ainda mais com a tecnologia que temos hoje de baixo custo. Poderia mandar a localização do coletivo para a central do Ciodes que encaminharia uma viatura próxima para o local do assalto. Acho que diminuir o número é bem difícil, mas iria intimidar mais os assaltantes”, afirma.
