Na última semana o vereador da Serra, Stefano Andrade, divulgou um aparelho que promete revolucionar o método de testagem para a Covid-19. No entanto, um especialista em infectologia afirma que não existe, ainda, eficácia comprovada do produto.
Em uma sessão na Câmara Municipal da Serra, o vereador apresentou o RadioLife, o produto ainda está em fase de ajuste final e promete resultados em apenas 10 segundos.
De acordo com o vereador, o estudo foi realizado por cientista serrano. “É uma máquina portátil que pode ser levada para qualquer lugar do mundo, ela tem a capacidade de realizar testes rápidos em massa da Covid-19 com custo reduzido”.
Segundo ele, o teste é feito a partir da coleta de 3 ml de saliva, no tubo Falcon 4. “Os testes foram feitos em comparativo com os testes swab, e os resultados da máquina são superiores aos testes de laboratório. Me arrisco a dizer que vocês estão vendo aqui um futuro ganhador do Prêmio Nobel”.
A máquina RadioLife foi desenvolvida pelos cientistas Williams Dias, da Serra, e Sergio Schirmer, no Vale do Silício, EUA, local conhecido por ser polo da tecnologia mundial
O vereador Stefano Andrade destacou ainda a necessidade da adoção do produto pelo poder público. “Agora basta saber se os interesses políticos, os interesses escusos em licitações superfaturadas vão sobrepor a saúde do cidadão”.
Eficácia ainda não comprovada
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Regional do Espírito Santo, Dr. Alexandre Rodrigues da Silva, analisou o produto e afirma que, no momento o produto não deverá ser destinado a qualquer recurso público. “Não existe qualquer informação que confirme a eficácia deste método diagnóstico”.
“Não existe registro na Anvisa ou número de protocolo que possam confirmar tal submissão para análise. Não existe qualquer informação referente a resultados de testes diagnósticos ou estudos que comprovem a eficácia. Deste modo, não deve, neste momento, ser destinado qualquer recurso público para um produto cuja a eficácia não está comprovada”, destacou o médico.
Procurados para comentar sobre o produto, o vereador Stefano Andrade e os cientistas não se disponibilizaram para a entrevista até o fechamento da matéria.