Duas espécies de animais, ratos e pombos, vem deixando os moradores de Jardim da Penha, Vitória, em alerta.
A reportagem de ESHOJE esteve pelas ruas do bairro e ouviu relatos de moradores, que alegam ratos próximos à Orla da Praia de Camburi – divisa com Jardim da Penha -, e pombos que se espalham por todo o bairro, principalmente próximo às praças.
De acordo com o coordenador geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha (AMJAP), Peterson Pimentel, no que tange a questão dos ratos, existe uma incidência envolvendo roedores grandes. Já os pombos são uma constante do bairro há tempos.
“Esses animais [ratos e pombos] têm um alto risco de doenças e a gente vem tomando precaução no sentido de não alimentá-los, principalmente dando pipoca quando se está nas praças. No entanto, por ser algo novo a questão dos ratos ,estamos solicitando apoio à Prefeitura Municipal de Vitória (PMV)”, apontou.
Peterson Pimentel solicita o apoio da prefeitura para alguma solução ou amenização. “Nós pedimos o apoio da prefeitura, que por meio do serviço de zoonoses pode estar auxiliando nessa questão, para que esse nicho cesse qualquer possibilidade do incremento desse desafio”, ponderou.
Procurada, a PMV informou que o Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA) da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) realiza constantemente ações de combate a roedores. Todas as orlas da cidade, inclusive de Camburi, recebem duas vezes ao ano aplicações de raticidas.
A PMV ainda esclarece que o CVSA também faz orientações a comerciantes e moradores para que sejam adotados alguns cuidados nas áreas interna e externa das residências e edificações que possam contribuir para a redução do número de ratos e de outras pragas urbanas.
Demandas relativas a infestação de pombos e roedores devem ser protocoladas pelo Fala Vitória 156, com detalhamento da situação e local para atendimento (rua, avenida, logradouros, etc) para que a equipe possa realizar o atendimento e tomar as medidas necessárias.
Causas e consequências
Quando se tem um grande adensamento de animais principalmente ratos e pombos, doenças podem surgir. Segundo a bióloga Ana Carolina Srbek, esses animais têm naturalmente no organismo microrganismos que não causam doenças para eles, mas sim para outros animais domésticos e para população humana.
“Quando eles ficam condensados em um local pode ter um acúmulo de fezes ou de outras excretas, o que facilita a aglomeração de microrganismos. Os principais agentes são as bactérias e os fungos”, ressaltou.
Busca por locais e alimentos são as principais causas da aglomeração desses animais, de acordo com Ana Carolina. No caso dos pombos, acontece quando pessoas dão algum alimento.
Além disso, a bióloga ressalta que, no caso dos ratos, as doenças mais comuns são hantavírus e leptospirose. Já os pombos tem doenças transmitidas por fungos que podem afetar o sistema respiratório.
“Não tratadas essas doenças podem levar a óbito. As pessoas vão apresentar algum tipo de sintoma, então devem procurar um atendimento médico. No entanto, a transmissão só irá acontecer se os animais estiverem doentes e aglomerados, por isso é importante que eles não se aglomerem próximos a residências e parques, onde as pessoas passam a fazer alguma atividade”, esclareceu.