No próximo sábado (27), Vitória recebe a 15ª edição do feirão do imposto, voltado a alertar o consumidor quanto à alta carga tributária nos produtos e ao fim da compra. Os exemplos são simples: frutas 11,89% mais caras; água mineral que ao fim, fica por um valor 37,44% mais caro. Até uma sopa de pacotinho (que custa entre R$ 2,00 e R$ 4,00), incide um valor de 35% em impostos.
Organizado pelo Centro da Indústria Jovem do Espírito Santo (Cindes Jovem), a expectativa é que cerca de 3 mil pessoas passem pelo evento entre 8h e 12h, na Praia de Camburi (altura do quiosque 2). Segundo o presidente do Cindes Jovem, Vitor Lomba, o evento acontece sem cerca de 150 estados brasileiros.
“A ideia surgiu em 2002, no Paraná, por iniciativa de jovens empresários. O intuito era debater e discutir a alta carga tributária do país. Eles levaram a Confederação Nacional de Jovens Empresário (Conaje), para que eles levassem a outros estados. Desde então, participamos”.
Ele explicou que o objetivo é conscientizar para que as pessoas saibam o quanto pagam. Outros exemplos práticos do dia a dia são: a gasolina, onde se paga 53% a mais; café (16,5%); papel higiênico (32,5%); tv por assinatura (46,1%) e até apontador (43,19%). Outro objetivo é reivindicar o retorno desse dinheiro (previstos por finalidade na Constituição Federal). Só esse ano já foram pagos R$ 850 bilhões em imposto.
“O cidadão sabe que o valor pago não retorna, por exemplo, para educação, logística e segurança urbana. O que gera mais indignação entre nós é que infelizmente verificamos no últimos anos uma grande ocorrência de desvio de dinheiro, o que tem levado a uma indignação muito grande”.
Segundo o presidente, em 2016 foi feita uma carreata onde os carros poderiam abastecer sem imposto. Esse ano, a campanha é voltada a conscientização e aborda o tema “Chega de Mão Grande”, incentivando a ação contra a corrupção e a favor do retorno dos impostos. Quem passar pelo evento vai ver veículos expostos mostrando a alta carga tributária. Também vai haver panfletagem e bandeiraço para mostrar o alto custo tributário pagos em farmácia, construção civil e escolas.
“Optamos pela planfletagem para fazer um trabalho visual com imagens. E por colocar o carro porque é chamativo. Carros que custam em torno de R$ 40 mil tem entre R$ 13 e 15 mil só de impostos. É muito elevado e o principal vilão. Sabemos que é preciso pagamos impostos. Mas o que dizemos é que a contrapartida, eles não retornam. Na Alemanha, por exemplo, se paga entre 30 a 35% de impostos. No Brasil pagamos 27%. Mas lá eles tem retorno em diversos setores”.
Vitor Lomba explicou que em 15 anos de trabalho, eles conseguiram uma articulação com o governo federal. O resultado é que, atualmente, o valor pago em impostos sai na nota final da compra. Ao fim do evento, é feito um trabalho local e regional. Tudo é catalogado e levado a Confederação Nacional de Jovens Empresário, para fazer um levantamento de impacto. Esse documento é encaminhado ao Governo Federal e Confederação Nacional da Industria (CNI). Após isso é encaminhado as autoridades competentes para ciência.
“Convidamos todos a participar do evento. Entendemos que é preciso a colaboração de diversas pessoas para não só tornar possível cada vez mais os impostos menores, mas o retorno deles com investimento de estados e governos”, concluiu.
