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Desgaste emocional e evasão escolar são alguns dos efeitos da Covid-19 no ensino do Espírito Santo

Quase um ano e meio após o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, o impacto e prejuízo em diversos setores da sociedade são enormes. São perdas financeiras, emocionais e, principalmente, de vidas. Na educação, que é a base para a construção de uma sociedade justa e igualitária, a situação não é diferente. Desgaste emocional de professores e evasão escolar – principalmente nos anos iniciais – estão entre os principais impactos da pandemia na educação capixaba.

Para a professora Kelem Motta Vargas Longui, que é diretora do Sindicato dos Professores do Espírito Santo (Sinpro-ES), os principais impactos da pandemia na área da educação foram nos anos iniciais de aprendizagem, no ensino infantil e no fundamental 1.

“A dificuldade é maior nesses anos iniciais porque é muito mais difícil reter a atenção de uma criança no computador, é necessário um esforço maior. Nessa idade a utilização da tecnologia é muito proveitosa para o lúdico, mas prender a atenção com conteúdo é mais complicado. Às vezes o próprio ambiente da casa não favorece, é diferente do ambiente escolar”.

Como consequência do momento, além da dificuldade na aprendizagem e alfabetização, também houve um aumento na evasão escolar. “Essa realidade trouxe até o fechamento de algumas escolas pela evasão, porque nessa fase inicial não existe obrigatoriedade da criança estar matriculada em uma escola. Alguns pais até por dificuldade financeira ou de localização tiraram seus filhos da escola porque priorizam que seus filhos fiquem em casa nesse momento”.

Uma pesquisa realizada pelo Itaú Social com a Fundação Lemann e Datafolha, em âmbito nacional, apontou que 40% dos alunos da educação básica, por não evoluírem nos estudos, não estão motivados e, mesmo com atividades remotas, manifestaram a possibilidade de abandonar a escola.

O mesmo estudo ainda apontou que efeitos da pandemia na alfabetização também são preocupantes. Segundo percepção dos pais e responsáveis, 51% das crianças não aprenderam nada novo ou desaprenderam o que sabiam.

Ensino superior

Moacir Lellis, que é professor e presidente do Sindicatos das Escolas Particulares (Sinepe), aponta que além da educação infantil, o ensino superior também foi bastante impactado pela pandemia. Enquanto na educação infantil ele também pontuou a evasão escolar, chamou a atenção para problemas no superior.

“A presença no ensino superior reduziu bastante, também pelo EAD. O aluno pensa em continuar o ensino superior no próximo período ou no próximo ano”.

Além da evasão e da defasagem na aprendizagem, também foi apontado como um impacto, principalmente na educação infantil, a perda do convívio social, que estimula o desenvolvimento das crianças. “O não envolvimento social entre as crianças é uma grande perda. Essa relação entre eles é fundamental para o próprio desenvolvimento”, destaca Kelem.

Lellis também destaca que os próprios pais de alunos chegaram a relatar que pela perda da socialização com outras crianças, seus filhos começaram a apresentar determinadas reações que não tinham antes. “A parte emocional das crianças também foi afetada”, afirma.

Desgaste mental dos professores

Desgaste emocional e evasão escolar são alguns dos efeitos da Covid-19 no ensino do Espírito Santo
Sala de Aula do CMEI Sinclair Philips com os protocolos de segurança

Independente do segmento o professor está muito desgastado emocionalmente e fisicamente, porque, segundo os profissionais, ficar em casa preso em uma tela é difícil. “O ensino híbrido também exige muito porque tem que prestar atenção em casa e também em quem está na sala, tem que oportunizar atividades para todos. O equilíbrio emocional é muito cobrado e as demandas só aumentam. Para não ter evasão, as escolas querem que os professores sejam criativos e isso desgasta bastante”, ressalta Kelem Motta.

Além disso, os professores foram “forçados” a aprender a trabalhar com novas plataformas virtuais, e isso fez com que tivessem que investir em novos equipamentos e em recursos eletrônicos.

“Quem mantem a escola viva é o professor e o aluno. O aluno é estimulado pelo que o professor oferece. O professor teve que se esforçar muito para aprender e entrar no mundo virtual e isso desgastou muito, é uma cobrança muito grande”, destaca a professora.

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