Se a curva de contágio pelo novo coronavírus (Covid-19) continuar ascendente, o Espírito Santo terá entre 666 (melhor cenário) e 1086 mortes (pior) pela doença até 6 de junho.
É o que aponta uma Nota Técnica elaborada pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), coordenado por pesquisadores da Ufes e do Instituto Jones dos Santos Neves. O estudo completo pode ser lido clicando aqui.
Para se ter uma ideia, são 517 mortes a mais que o número atual (569) divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) na noite da última sexta-feira (29). Os pesquisadores também apontam, na projeção mais pessimista, que o Espírito Santo pode chegar a 26.564 casos confirmados da doença no dia 6 de junho. O cenário mais otimista aponta para até 16.288 contaminados pelo novo coronavírus.
Os dados estão baseados nas estatísticas do Painel Covid-19. De acordo com os pesquisadores, por conta do tempo decorrente entre a coleta de material para testes e a emissão de resultados, há um atraso na inclusão de dados, criando uma falsa ideia de desaceleração da curva de contágio.
“Embora a quantidade de casos tenha crescido ligeiramente nos últimos dias, acreditamos que esse perfil de desaceleração é artificial. Neste momento, ainda não estamos com a velocidade da curva de contaminação em queda e isso deve perdurar mais um pouco porque a taxa de isolamento está se mantendo alta”, afirma o professor do Departamento de Matemática da Ufes Fabiano Petronetto, que integra o NIEE.
Ele lembra que, se observada a evolução da curva de contaminação, sempre há um aumento significativo de casos confirmados nos dias anteriores à data atual, podendo chegar até a dez dias, o que indicaria uma desaceleração, especialmente a partir do dia 15 de maio. “Isso significa que os dados do dia 15 em diante não estão consolidados, ainda deve haver mudança nesses dados devido a processamento de testes”, explica.