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No dia das mulheres na ciência, conheça capixabas que fazem a diferença

No dia das mulheres na ciência, conheça capixabas que fazem a diferença
Estação Antártica Comandante Ferraz – Foto: Cristina Engel de Alvarez

Os avanços científicos da humanidade se dão por pequenos passos. Essa pode ser uma adaptação da famosa frase dita por Neil Armstrong, quando pisou na lua pela primeira vez: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”. A sucessão de pequenos passos pode, então, transformar a realidade científica como um todo, incluindo a capixaba.

O dia 11 de fevereiro é uma data importante, pois marca um incentivo e, também, uma luta: o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a data em 2016 com o propósito claro de promover que mais mulheres façam parte dos avanços científicos pelo mundo, já que a ciência e a igualdade de gêneros são vitais, segundo a organização, para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030).

A gestora Cristina Engel de Alvarez, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, afirma que nacionalmente existe uma situação de total insegurança em relação aos rumos da Ciência no Brasil. Isso se daria, segundo a secretária, pela desvalorização dos estudos continuados, visto que se tem uma visão limitada de que a Ciência serviria para resolução imediatista de problemas. No entanto, destaca que o Espírito Santo tem desenvolvido uma política de incentivo para o ramo: “Temos grande aporte de recursos e importantes ações na política interna e externa, visando até mesmo suprir os vazios deixados pela insustentabilidade da atual política federal. (…) Busca-se reduzir a dependência de financiamentos externos ao Estado através de alianças com o setor privado”.

Ainda falando de Ciência, a secretária e professora continua envolvida com a produção de conhecimento. Há cerca de 30 anos se dedica a pesquisas relacionadas a energias renováveis e técnicas construtivas na Antártica: “Muita coisa do que estudamos lá, como as técnicas construtivas em madeira, métodos de construção condicionados aos meios de transporte e uso de energias renováveis, já foram usados em outros locais, como no Atol das Rocas em Fernando de Noronha, na Ilha da Trindade, no Arquipélago de São Pedro e mais”.

No dia das mulheres na ciência, conheça capixabas que fazem a diferença
As praias de Guarapari possuem nível elevado de radioatividade que, segundo pesquisas, faria bem à saúde. Foto: Raphael Araújo

Para a farmacêutica e professora Denise Coutinho Endringer, a Ciência também é levar benefícios para o âmbito coletivo. O projeto de pesquisa coordenado por ela em conjunto com a FAPES (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo) tem a ver com uma característica natural presente no Espírito Santo: as areias monazíticas. Com caráter radioativo, o sedimento é conhecido popularmente como auxílio para dores articulares e ósseas. Segundo a pesquisadora, um morador de Guarapari procurou a instituição com dúvidas a respeito dos benefícios das areias escuras por conta de um caso de melhora nas dores provindas de inflamação que seu pai sentia há anos. Foi assim que surgiu o Areias da Saúde no Espírito Santo.

“A osteoartrose de joelho é uma doença inflamatória, debilitante e que não possui cura. Nossa pesquisa mostra que a exposição de pacientes entre 25 a 95 anos por cerca de duas vezes na semana tem gerado resultados palpáveis. Na oitava sessão já é possível ver mudanças no quadro deles. Todo o processo é administrado, as sessões têm a mesma duração, os processos são feitos da mesma maneira. Há um padrão bem definido para auxiliar todas as 300 pessoas que estão com a gente”, afirma a pesquisadora.

Uma das ideias defendidas pelo grupo é a capitalização do turismo de bem estar. “Há outras praias pelo mundo que também têm radioatividade, mas 50 vezes menor do que a que temos aqui no Estado. Nosso objetivo é dar ferramentas científicas para utilizar as praias do Espírito Santo para esse fim”, completa Denise.

De acordo com a farmacêutica, de todas as bolsas de pesquisa aprovadas pela universidade em que leciona, em Vila Velha, cerca de 55% são de projetos desenvolvidos por jovens pesquisadoras. Este é um dado que mostra o comprometimento delas em fazer parte desse meio acadêmico, e possivelmente uma mudança no paradigma científico, em que há maior incidência de cientistas homens no mundo.

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