Dólar Em alta
5,077
8 de maio de 2024
quarta-feira, 8 de maio de 2024

Vitória
25ºC

Dólar Em alta
5,077

Participação em private equity na carteira de investimentos ajuda a diversificar matriz econômica capixaba

O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) tem consolidado seu papel de agente formulador e executor de políticas públicas de desenvolvimento econômico. Uma dessas vertentes tem se baseado no apoio ao ecossistema de inovação local, sobretudo ampliando a oferta de recursos, por meio dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs) para startups e empresas emergentes que têm como objetivo desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio.

O Bandes é pioneiro nesta forma de investimento no Espírito Santo, com uma carteira composta por cinco FIPs: Trivèlla M3 VC4, Criatec3, Primatec, Seed4Science e o FIP Anjo. Além da coordenação da estruturação do FIP Funses 1, um fundo na modalidade venture capital multiestratégia, com R$ 250 milhões do Fundo Soberano.

O somatório dos valores comprometidos nos Fundos citados corresponde a um montante de R$ 290 milhões. Desse valor, o valor aportado/investido até o momento é aproximadamente de R$ 40 milhões. É importante destacar que o banco exige, em regulamento de todos os fundos que participa como cotista, que obrigatoriamente todo o capital comprometido tem que ser aportado em empresas do Espírito Santo.

Trata-se de um importante mecanismo de mudança da realidade econômica, com a modernização do parque industrial local, atração de empresas de tecnologia e de profissionais para o Espírito Santo, além, claro, de uma extensa cadeia produtiva de fornecedores.

Existem algumas categorias estratégicas de FIPs: “capital semente”, “empresas emergentes”, “infraestrutura” e “multiestratégia”. A diferença entre essas categorias presentes no mercado está no foco do investimento. Os dois primeiros tipos, semente e emergentes, têm critérios acerca da renda bruta anual, enquanto o de infraestrutura busca injetar capital em empresas do setor.

Já o multiestratégia, diferentemente dos anteriores, não tem um critério específico, podendo investir em empresas de variadas categorias, como é o caso do FIP do Fundo Soberano, a mais nova estrela do desenvolvimento do Estado. Nesse processo, com pouco mais de seis meses de atuação, o FIP Funses 1, já repassou R$ 14,3 milhões.

A modalidade de investimento está na vanguarda das políticas públicas de apoio ao mercado e difere do crédito tradicional, modelo já consolidado pelo Bandes, com suas linhas de crédito e programas de fomento. Na metodologia do FIP, a gestora do Fundo identifica o potencial de crescimento de um negócio e adquire um percentual de suas ações.

Ou seja, o Fundo prospecta empresas e entra como sócio acionista por um período determinado. É uma iniciativa que busca impulsionar negócios promissores, o Fundo, como acionista, traz experiência e boas práticas que apoiam a gestão e a governança da empresa, dando oportunidade de crescimento, com geração de empregos qualificados, e diversificação da matriz econômica capixaba.

Pelas suas características, uma startup é uma empresa de baixo capital inicial e rápido crescimento, com um modelo de negócio promissor, porém de elevado risco. O modelo de negócio refere-se a como o negócio funciona para gerar valor ao cliente (solucionar seus problemas) e para a empresa (rentabilidade do negócio).

Nesse sentido, o principal objetivo da ideia que se tornará um negócio não é focar no produto, mas no seu valor. O maior desafio para o sucesso de uma startup é desenvolver um modelo de negócio inovador e que possa conquistar o mercado a que se direciona.

Os fundos operados pelo Bandes têm ajudado a desenvolver padrões de governança para as startups e a comprovar a tese de que boa governança corporativa, além de trazer mais transparência e proteção para acionistas minoritários, aumenta o valor da empresa, facilita o acesso ao capital e contribui para a perenidade do negócio.

Vale destacar que o Bandes é a única instituição no Espírito Santo que é investidor de FIPs, geridos e administrados por profissionais altamente qualificados e autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários, CVM. A gestora de cada FIP tem o desafio de selecionar e investir, pelo menos o capital aportado pelo Bandes no fundo, em empresas inovadoras com alto potencial de crescimento.

O Bandes se preparou para ser o agente impulsionador do novo ciclo econômico, baseando sua atuação de forma profissional e alinhado com a estratégia do Governo do Espírito Santo em gerar emprego e renda para a população. A carteira de investimentos em private equity do banco tem o potencial necessário para tornar o Estado uma referência em empresas inovadoras.

Munir Abud de Oliveira
Munir Abud de Oliveira
Advogado. Pós-graduado em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG). Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV). Foi Procurador Geral do Município de Anchieta/ES (2013-2016). Diretor-Presidente Agência de Regulação de Serviços Públicos do Estado do Espírito Santo (2019-2020). Atualmente é Diretor-Presidente do BANDES (Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo), Diretor e Presidente da Comissão de Recursos Humanos da ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento), Conselheiro e Coordenador do Comitê de Compliance do SEBRAE/ES.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas