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“Clarinha”, internada no HPM, pode ser criança desaparecida nos anos 70, em Guarapari

“Clarinha”, a mulher com cerca de 40 anos internada no Hospital da Polícia Militar (HPM), em estado vegetativo desde 2000, pode ser uma criança de 1 ano e 9 meses desaparecida em 1976, em Guarapari. Na época, a família, que é de Minas Gerais, passava férias no estado.

A informação, divulgada nesta terça-feira (3), é do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da 28ª promotora de Justiça Cível de Vitória.

Para a confirmação das semelhanças físicas entre a menina desaparecida e “Clarinha”, foi solicitada a realização de exame de reconhecimento facial por uma empresa especializada neste trabalho localizada no Paraná. O exame concluiu haver “compatibilidade” entre as imagens de “Clarinha” e a da menina desaparecida em 1976.  

Com esses novos elementos, o MPES requisitou ao Laboratório Tomasi o perfil genético de “Clarinha”. O laboratório tem sido parceiro da instituição no atendimento desse caso e realizou, anteriormente, os exames de DNA com supostos parentes consanguíneos da paciente.  

Após essa coleta mais recente, iniciada com o processo de comparação facial, o MPES enviou o material genético de “Clarinha” para a Polícia Civil de Minas Gerais, que mantém arquivado o perfil genético dos pais da criança desaparecida em Guarapari.

O Ministério Público capixaba solicitou a comparação entre os perfis genéticos e, nesse momento, aguarda o resultado dos procedimentos adotados pela Polícia Civil mineira.  

O MPES tem feito um trabalho intenso ao longo dos anos para buscar familiares de “Clarinha”, que foi atropelada no Centro de Vitória. Desde então, não foram encontrados documentos ou pessoas que a reconhecessem.

Várias formas de identificação foram tentadas, mas não houve êxito. Ela ganhou o apelido de “Clarinha” por indicação de uma das enfermeiras que a acompanham desde o momento em que chegou ao hospital.  

O MPES passou a atuar no caso a partir de demanda recebida do HPM, que pediu a ajuda ministerial para identificar “Clarinha” e familiares. A hoje procuradora de Justiça Edwirges Dias, que na época atuava promotora de Justiça Cível de Vitória, expediu ofícios para diversas instituições públicas que integraram uma campanha para saber quem é ela.

Posteriormente, a demanda foi encaminhada ao Grupo Especial de Trabalho Social (Getso) do MPES. Coordenado pela promotora de Justiça Arlinda Maria Barros Monjardim, o Getso atuou em diversas frentes, expedindo ofícios, fazendo diligências e cobrando perícias.  

Também por iniciativa do Ministério Público Estadual, foram divulgadas informações do caso em veículos de comunicação locais e nacionais. Buscou-se ainda auxílio junto a outros Ministérios Públicos, em bancos de dados de pessoas desaparecidas, em delegacias e junto a registros da Polícia Federal.  

Com a extinção do Getso, a promotora de Justiça Arlinda Maria Barros Monjardim, atuando 28ª promotora de Justiça Cível de Vitória, continuou os trabalhos de investigação, adotando diversas providências e expandindo o espectro de busca pela identificação.  

Após uma reportagem em um programa nacional de TV em 2016, 102 famílias procuraram o MPES tentando identificar “Clarinha” como uma possível parente desaparecida. Desse total, 22 casos chamaram mais atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil pretérito de “Clarinha”.  

Depois de uma triagem mais detalhada, quatro casos foram descartados, devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas já terem sido encontradas. O MPES dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA. No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares. 

Em meados de 2020, uma equipe de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em atuação no Espírito Santo tomou conhecimento do caso e, em contato com o MPES, obteve autorização para auxiliar na tentativa de identificação da paciente.

A equipe utilizou o processo de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de “Clarinha”. A partir dessas buscas, chegou-se ao caso da criança de 1 ano e 9 meses de idade desaparecida em Guarapari.

Quem é “Clarinha” 

“Clarinha” chegou ao HPM em 2000. De acordo com relatos de testemunhas, ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e correu para o meio de uma avenida movimentada no Centro de Vitória, onde foi atropelada por um ônibus.

Levada para o antigo Hospital São Lucas, “Clarinha” passou por diversas cirurgias. O cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo. Sem documentos e com as digitais desgastadas, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido entre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha informações da paciente.

Em seguida, “Clarinha” foi transferida para o HPM, onde continua até hoje, sendo tratada com carinho pelo corpo médico e pelos enfermeiros. 

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