Às vésperas das medidas de isolamento da Covid-19, foi concluída pelo Sinduscon-ES a 6ª edição da pesquisa anual de previsão de lançamentos imobiliários na Grande Vitória, cujos respondentes foram empresários e executivos das 20 incorporadoras/desenvolvedoras com maior quantidade de unidades em produção no fechamento de 2019. O Censo Imobiliário, como é chamado o estudo, foi divulgado nesta quinta-feira (4).
“Não há dúvidas de que a pesquisa foi significativamente alterada com o avanço da pandemia, entretanto, vale conhecer os resultados para entendimento do que esses empresários haviam imaginado para 2020. No geral, era um cenário otimista, porém menos do que àquele imaginado no início de 2019. Das 20 empresas, 65% previam aumentar a quantidade de lançamentos em relação ao ano passado”, revela a pesquisa.
Em termos percentuais, no segmento residencial, 60% dos lançamentos seriam de unidades com 2 quartos, 22% com 3 quartos, 16% com 4 quartos e apenas 2% com 1 só quarto. A maior representatividade novamente seria dos empreendimentos enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida, com mais de 50% do total previsto. O que mais chamou a atenção, entretanto, foi a previsão de redução quantitativa em unidades, tanto residenciais, como comerciais, a menor desde a previsão para 2016.
Balanço de 2019
Sob coordenação do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES) foi concluído o 34º Censo Imobiliário da Grande Vitória, referente ao fechamento do ano de 2019. Desde o ano passado, a pesquisa do Censo é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies/Findes). A 34ª edição, embora não seja censitária, contemplou pesquisa direta a 37 incorporadoras e construtoras que representam aproximadamente 75% do mercado imobiliário.
O Censo Imobiliário faz um levantamento e acompanhamento de empreendimentos imobiliários nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana, desde o lançamento comercial, à conclusão das obras e venda total das unidades, por meio de uma pesquisa direta aos incorporadores que atuam na área de abrangência. O dado foi coletado via Sistema Web – Sphinx. Os empreendimentos registrados têm área de construção total superior a 800 m².
A pesquisa demonstra que os preços médios de imóveis residenciais em oferta no mercado primário são, de modo geral, mais altos em Vitória, seguidos de Vila Velha e Serra, que apresentam preços aproximadamente 30% e 50% inferiores à capital, respectivamente.
Segundo o diretor de Economia e Estatística do Sinduscon-ES, Eduardo Borges, é necessário cuidado com a interpretação, visto que, ao contrário de Vitória, na Serra e Vila Velha também existe expressiva oferta de empreendimentos enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), incorporados pela iniciativa privada (faixas 1,5; 2 e 3).
Do total de unidades em fase de produção na Grande Vitória, incluindo lançamentos, cerca de 57% já foram comercializadas. O índice mais alto é da Serra, com 69%, seguido de Cariacica, com 65%, Vitória, com 50% e Vila Velha, com 46%. Segundo Eduardo Borges, os índices de comercialização têm sido mais altos em empreendimentos voltados para o mercado atendidos pelo PMCMV.
A partir de 2019 também se passou a calcular novos indicadores, a destaque da Velocidade Sobre Oferta (VSO) bruta, que é um índice de velocidade de vendas. Por esse indicador, os resultados demonstram que houve maior aquecimento de vendas no 2º semestre do que no 1º semestre, em todo o segmento residencial, em todos os municípios, no ano de 2019, com exceção apenas do segmento residencial fora do PMCMV na Serra. Vale destacar que a velocidade de vendas nos empreendimentos do PMCMV no segundo semestre de 2019, foi, de modo geral, quase o dobro da velocidade dos demais segmentos residenciais (com média mensal de 8,1% e 4,2% respectivamente).
