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Durvalina, a rainha do cajuzinho

Por morar longe do Rio de Janeiro, convivi menos com a família do meu pai do que gostaria. Na infância, me lembro dos almoços na casa das tias nos dias de Natal e das visitas que fazíamos à minha avó Durvalina, cuja fofura e carinhos nos inspiravam a chama-la apenas de vovó Du.

Durvalina, a rainha do cajuzinhoCom ela a convivência era maior: passava temporadas na nossa casa, em Brasília. Lembro bem das meias de compressão para as pernas, do cabelo bem branquinho e fino sempre num impecável corte Chanel, do cheirinho de talco que ela emanava e do seu exímio talento para doces. Dentre eles, a unanimidade (não só na família Miranda, mas na Boueri também) está ele: o cajuzinho.

Na história – Pesquisei bastante, mas não encontrei a data ou origem precisa deste docinho, considerado por alguns confeiteiros como old fashioned – ou, no bom português, fora de moda. Ao contrário do brigadeiro, que ganhou novas roupagens e é o queridinho nas festas, o cajuzinho manteve sua integridade e continua fiel à sua origem. Ou quase.

O cajuzinho, como o nome sugere, é um docinho de caju, certo? Errado. O cajuzinho atual é feito de amendoim, mas nem sempre foi assim. O cajuzinho original, nascido nas regiões Norte e Nordeste, era feito com a polpa do caju, que é uma fruta abundante e comum naquelas áreas.

O cajuzinho chegou ao Sul e Sudeste pelas mãos de inúmeros imigrantes nordestinos e foi mudando sua composição – a polpa de caju deu lugar ao amendoim. Do caju mesmo, só restou o formato.

Na minha história – Não posso mentir dizendo que via o processo de confecção do cajuzinho da minha vó, pois onde quer que ele fosse servido, já estava pronto quando chegávamos. Mas consigo imaginar a vovó Du enrolando cada pedacinho de massa com a enorme paciência que tinha, os passando – um por um – no açúcar, para então colocar o amendoim.

Duas coisas me chamaram atenção na receita: primeiro o fato de um docinho de festa não ser feito com leite condensado (sim, é isso mesmo! Olhe a receita). E a segunda é a mania da família Miranda de utilizar a frase “o quanto baste” em suas receitas.

Receita – Para preparar o casadinho da minha família, você precisará:

4 claras de ovo
3 colheres de sopa de açúcar
½ kg de amendoim torrado e moído
Chocolate em pó – o quanto baste para que fique em ponto de enrolar (eu usei cinco colheres de sopa)
Açúcar refinado e metades de amendoim para decorar

Modo de preparo

Misture bem todos os ingredientes. Separe as porções e enrole os docinhos em forma de caju. Passe cada um em açúcar refinado e adicione à parte mais grossa a metade de um amendoim inteiro para parecer a castanha.

Coloque em forminhas e sirva. Bom apetite!

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