Após registrar crescimento, o interior do Espírito Santo está com uma taxa de transmissão (Rt) da Covid-19 em 0,8%. É a primeira vez que isso acontece desde o início do pandemia.
As informações são do diretor-presidente do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), Pablo Lira. “O Jones coordena o Núcleo de Estudos Epidemiológicos. A taxa no Estado, no período do dia 17 de julho até o dia 24 de julho, está em 0,6%“.
De acordo com Lira, a região metropolitana da Grande Vitória, nesse período, ficou com taxa de transmissão em 0,49%, também a menor desde o início da pandemia.
“Essa taxa demonstra que estamos no caminho correto de gestão da pandemia e no processo de redução de casos ativos e óbitos, que estão caindo diariamente. Devemos manter a prudência”, relembra.
Isso inclui manter o distanciamento social e evitar sair as ruas sem a devida necessidade. “Devemos promover o uso de máscaras. Isso demonstra a eficiência e eficácia, cientificamente compravas. Não podemos relaxar”.
O diretor-presidente do IJSN afirma que o Estado superou o período mais critico da pandemia, no mês de junho, quando chegou-se a ter, por exemplo, sete hospitais com 100% dos leitos UTI para Covid-19 ocupados.
Outro indicador, segundo Pablo Lira, que o Jones monitora, é o de casos ativos. São as pessoas que estão na janela de transmissão, dos 14 dias (acrescenta-se mais três dias por segurança porque ainda há possibilidade de transmissão).
“Esse indicador também vem reduzindo no Estado e na Região Metropolitana desde 11 de junho. Agora, no interior, no início de julho, também iniciou-se um processo de redução”, disse.
Para o diretor-presidente, a grande diferencial no Espírito Santo fica por conta do mapa de risco. A gestão da pandemia se deu com base nessas informações e possibilitou a retomada gradativa de algumas atividades econômicas, com uso de máscaras nos estabelecimentos comerciais, álcool em gel e seguindo todos os protocolos de saúde pública.
“Desde maio as atividades econômicas já vem sendo retomadas, o que tem contribuído pra melhorar o saldo de emprego. Em abril, mês de maior restrição chegamos a um saldo formal negativo de 18 mil. No mês de maio, foi menor (-7 mil), resultado de admissões e demissões. E agora estamos com saldo próximo de 0 por conta dessas medidas. Diferente do Rio de Janeiro, que quando reabriu os restaurantes e bares superlotou”.
Questionado se a queda significa menos restrições, já que um patamar abaixo de 1 é considerado adequado, apontam especialistas, Pablo Lira disse que, nas próximas semanas, mais atividades econômicas devem ser retomadas no Estado. Mas a cautela precisa continuar.
“O momento é importante. O trabalho realizado está no caminho certo, com uso de informações e evidências empíricas. Mas só vamos relaxar quando houver vacina, porque ai teremos controle da pandemia”, finalizou.