Os moradores do bairro São Benedito, em Vitória, denunciaram à reportagem do ESHOJE uma ação da Polícia Militar (PM) na região, por volta das 19h de quarta-feira (24).
De acordo com relatos dos moradores, dois carros da PM entraram em alta velocidade em uma rua após darem dois tiros para o alto, na virada para entrar em São Benedito. Ainda de acordo com os moradores, nesse momento, haviam pessoas e até mesmo crianças brincando na rua.
A ação acontece um dia após moradores e movimentos sociais se reunirem, em uma reunião popular, pelo fim da opressão policial nas comunidades periféricas. Nessa reunião ficou acordado entre moradores e movimentos sociais um ato na próxima segunda-feira (29).
Em nota, a Polícia Militar (PM) diz que “não é possível confirmar a data e a localidade onde as imagens foram registradas e também no dia e bairro informados não localizamos nenhuma ocorrência em que tivesse sido efetuado disparo de arma de fogo por policiais militares”.
Além disso, a PM destaca que “nas imagens enviadas não aparece nenhum policial atirando, e efetuar disparo não é o procedimento padrão dos integrantes da corporação”. E completa esclarecendo que “os militares são treinados para atirar somente em casos de ameaça letal da vida, seja do próprio policial ou de outra pessoa”.
Por outro lado, segundo uma das lideranças do Território do Bem (formado pelos bairros da Penha, São Benedito, Jaburu, Floresta, Bonfim, Consolação e Engenharia) Crislayne Zeferina, em um vídeo enviado a reportagem do ESHOJE, os moradores vem sofrendo há tempos com ações “truculentas” da polícia na região.
“Venho aqui hoje, de todo coração, pedir ajuda. A gente têm sofrido muito, aqui, nos nossos becos, a gente não sabe mais o que fazer, a gente já pediu diálogo, já pediu para eles pararem. E hoje [24 de junho] foi o fim.A gente foi recebido dentro de São Benedito a tiros, e eu vim fazer um apelo a toda a sociedade, à [governador Renato] Casagrande, ao secretário de Segurança Pública, pedindo piedade pelas nossa vida. Essa polícia é truculenta, eles dizem que há troca de tiro, mas não há troca de tiros”, relatou a jovem.
