“Não tem nada de normal. Tem tudo de anormal”. Foi assim que o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), na manhã desta terça-feira (17), classificou as acusações do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), a cinco meses das eleições, de que membros do Governo capixaba teriam proposto a ele participar de fraude em licitação, durante reunião no Palácio Anchieta.
“Não é correto, em hipótese alguma, nem na política, período eleitoral, fazerem qualquer menção sem ter nenhuma prova, e fazer ilações em debates públicos, em pronunciamentos. Eu considero que tem gente que acha que na política vale tudo. A pessoa se julga muito decente, muito séria na sua família, na sua igreja ou na sua comunidade, mas quando vai para a política acha que ali é um vale tudo. Não é. A política só não tem o respeito da população, hoje, por causa disso”, disse Casagrande.
De forma indireta mais uma aliado do governador saiu em defesa dele. Primeiro reagiram contra a fala de Pazolini o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos, e a vice-governadora Jaqueline Moraes. Desta vez foi o presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, durante discurso e fórum com prefeitos e secretários de desenvolvimento, onde ele disse que a fala do prefeito de Vitória trata-se de uma acusação sem provas — disse sem mencionar o nome de Pazolini.
“O Espírito Santo tem um governador sério, com responsabilidade fiscal, que consegue poupar. No Governo Renato Casagrande não tem desperdício com corrupção como falam por aí. Acusações sem prova não vão nos tocar. Depois de quatro anos de muito sucesso […] afirmações levianas não vamos nos tocar e nem impedir o nosso bom trabalho para a população do Espírito Santo”.
Relembre as acusações
No sábado (14), durante inauguração da nova escola municipal do bairro Jardim Camburi, o prefeito de Vitória disse que, a partir de agora, contará à população “confidências” sobre o que acontece no Estado, sendo a primeira, segundo ele, uma proposta de irregularidade dentro do Palácio Anchieta, sede do Governo Estadual. Na ocasião, porém, ele não fala o nome do palácio e nem das pessoas que estariam presentes no encontro (assista o vídeo acima).
A proposta de irregularidade que teria sido feita ao prefeito, segundo o mesmo relatou, foi para que definisse, naquela mesa de reuniões, quem venceria a licitação para a realização de obras na capital. “A obra só poderia ser executada por determinada empresa. É por isso que nós estamos vendo o que estamos vendo no Espírito Santo. Vou começar a revelar […] Bati na mesa e a reunião encerrou ali”.
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Diante das acusações, Pazolini garantiu que tem como provar o que discursou, além todas as confidências que prometeu revelar.
Por meio de nota, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) disse que vai acionar o Ministério Público Estadual (MPES) para que o prefeito comprove as afirmações e informe, de forma imediata, “a quem está se referindo”.
Com informações de Giulia Reis;