A Câmara Municipal da Serra iniciou a exoneração de servidores comissionados ligados aos vereadores afastados por suspeita de corrupção. A medida começou após a saída do diretor-geral da Casa, ocorrida na segunda-feira (3). Na edição nº 502 do Diário Oficial do Legislativo, publicada nesta quarta-feira (5), constam 18 nomes de funcionários que atuavam em áreas de apoio e assessoramento dos vereadores Saulinho da Academia (PDT), que presidia o Legislativo antes de ser afastado por decisão judicial, Cleber Serrinha (MDB). Outros 40 foram exonerados nesta quinta (6) de servidores lotados, também nos gabinetes de Wellington Alemão (Rede) e Teilton Valim (PDT)
Algumas das exonerações só passaram a valer na próxima segunda-feira (10). As remunerações dos servidores variavam conforme a função: R$ 2,5 mil para apoio parlamentar, R$ 4 mil para assistente e R$ 5,2 mil para assessor, valores brutos.
As exonerações, assinadas pelo presidente em exercício da Casa, William Miranda (União), ocorrem quase dois meses após a Justiça acolher a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e determinar o afastamento dos quatro vereadores por tempo indeterminado.
A medida não está necessariamente relacionada à convocação dos suplentes. A Câmara recorreu da determinação judicial que obrigava a posse de Marcelo Leal (MDB), Dr. Thiago Peixoto (Psol), Wilian da Elétrica (PDT) e Sérgio Peixoto (PDT). O Legislativo obteve decisão favorável do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que suspendeu o ato que garantiria aos suplentes assumir as vagas.
Segundo o MPES, Saulinho da Academia, Cleber Serrinha, Wellington Alemão e Teilton Valim são apontados como participantes de um suposto esquema de propina que, de acordo com a denúncia, poderia chegar a R$ 100 mil. A Justiça acatou a acusação e os quatro vão responder por corrupção passiva, crime caracterizado quando um agente público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida em razão do cargo.
A denúncia afirma que o esquema teria como motivação a aprovação de um projeto de lei encaminhado pela prefeitura em 2024. Além dos vereadores, dois ex-parlamentares Luiz Carlos Moreira, presidente do MDB na Serra, e Aloísio Ferreira Santana são citados como mediadores das negociações e vão responder por corrupção ativa.











