A doação de órgãos é um ato que pode salvar inúmeras vidas. Até agosto deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou a realização de 276 transplantes de órgãos. Apesar do número de transplantes, a lista de espera por uma doação chega a quase mil pessoas e outro ponto negativo é o alto índice de negativa familiar para a doação de órgãos (58%). A fim de sensibilizar e estimular as pessoas a discutirem a possibilidade de tornarem-se doadoras em vida e avisar os familiares sobre essa decisão, a secretaria programou uma série de atividades educativas a serem desenvolvidas ao longo da Semana Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, que teve início ontem (23) e será encerrada no dia 30.

A semana foi criada em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado na próxima sexta-feira (27). Ontem, foi feita uma panfletagem no aeroporto de Vitória. Hoje, aconteceu uma webconferência com profissionais da saúde e panfletagens nos terminais de Campo Grande e São Torquato. Na programação ainda estão incluídas a distribuição de material informativo nos terminais do Transcol e em bares de Vitória e Vila Velha sobre o processo de doação de órgãos. Além disso, será prestada homenagem às famílias doadoras e uma caminhada pela orla da Praia de Camburi.

“A maior importância dessa semana é que as pessoas conversem com seus familiares e tornem-se doadores. Além disso, que elas possam se ser multiplicadores dessa ideia, através de conversas nos seus grupos de convívio, por exemplo, na igreja, no trabalho e na faculdade”, explica a coordenadora da Central de Captação de Órgãos (CNCDO) do Espírito Santo Rosemery Erlacher. De acordo com ela, para ser doador basta avisar a família do desejo. São os parentes de até segundo grau que podem fazer com que a vontade se cumpra.

Em relatório divulgado, no mês passado, pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mostrou que o estado deixou de captar 26 doações de potenciais doadores por causa da negativa familiar na entrevista. Ao todo foram realizadas 45 entrevistas desse tipo, sendo assim o número de negativas familiares corresponde a 58% dos casos.

“As causas para a resistência familiar é mais pelo desconhecimento sobre a doação. É necessário que essas pessoas se informem mais sobre a doação, seja pela publicidade ou pelos meios de comunicação, e que isso gere uma conversa entre os familiares”, ressalta a coordenadora da CNCDO.

O mesmo relatório aponta que o Espírito Santo possui o número de 15,9 doadores por milhão de população, o que confere ao estado a oitava posição no ranking nacional. No Brasil, a média é 13,3.

Até agosto deste ano, a Sesa registrou 276 transplantes de órgãos: 135 córneas; 78 rins – sendo 22 de pessoas vivas e 56 de pessoas falecidas; 17 fígados; 14 ossos e 19 medulas ósseas. Em 2013, ainda não foram registrados transplantes de coração. Entretanto, o número de pessoas na fila de espera, aguardando por uma doação chega a quase mil pessoas.

Cabe ressaltar que alguns órgãos podem ser doados ainda em vida, por exemplo, um dos rins, parte do pulmão, do fígado e da medula óssea.

Confira a programação para o restante da Semana Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos

Quarta-feira (25) – Panfletagem na Terceira Ponte: das 06h30 às 09h30 e das 17h30 às 19h30

Quinta-feira (26) – Panfletagem no Terminal de Vila Velha: das 10h30 às 13h30

– Panfletagem no Terminal de Carapina: das 13h30 às 16h30

– Panfletagem nos bares de Vila Velha: das 18h às 20h

Sexta-feira (27) – Panfletagem nos bares da Praia do Canto (próximo ao Triângulo das Bermudas): das 18h às 20h

Domingo (29) – Caminhada pela Vida: concentração às 08h, na tenda em frente ao píer de Iemanjá. Distribuição de kit da campanha. Para receber basta levar 2 kg de alimentos não perecíveis ou uma lata de leite em pó. Saída às 08h30 com caminhada até a Avenida Adalberto Simão Nader.

Segunda-feira (30) – Sessão especial em homenagem às famílias doadoras: 19 horas. Local: Assembleia Legislativa.

O trânsito caótico das grandes cidades, problemas financeiros e familiares, a correria do dia a dia, pressão no trabalho… Tudo isso (e muito mais) tem levado a população ao chamado “mal do século”: o estresse. Segundo a Associação Brasileira do Stress (ABS), pesquisas comprovam que a associação do estresse com doenças como câncer, hipertensão, enfarte e úlceras. Atualmente, mais de 50% das mortes ocorrem em razão de doenças ligadas ao estresse.

O estresse é uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite, confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz. O estresse pode ou não levar a um desgaste geral do organismo dependendo da sua intensidade, tempo de duração, da vulnerabilidade do indivíduo e da habilidade de administrá-lo.

“Eu sou a pessoa mais estressada do mundo” afirma o jornalista Caio Rocha Ribeiro. E ele não é o único não. Segundo a ABS, cerca de 80% das consultas médicas são devidas a doenças ligadas ao estresse. O estresse não só pode afetar a saúde, mas também tem o poder de prejudicar a qualidade de vida e os relacionamentos interpessoais. “O que mais me estressa é quando sou mal atendido ou tratado com desrespeito. Quando não sou bem atendido, saio, não compro mais no estabelecimento e faço propaganda negativa” disse Caio.

Mas qual a melhor forma de combater o estresse? Cada um tem a sua alternativa de dar uma relaxada. O Analista de Mídias Sociais Allan Diego Brito gosta de viajar para recarregar a bateria e conseguir lidar com o estresse diário. “Pra lidar com isso eu viajo. Não tem uma frequência certa, mas não fico mais do que 15 dias sem viajar. Por mês, viajo duas, três vezes. Adoro viajar! Dá uma renovada boa”, disse ele, que passou o último fim de semana em Minas Gerais. O “estressado” do início da matéria Caio Ribeiro também é adepto das viagens para recarregar a bateria. “Pelo menos uma vez por ano eu viajo pra me renovar”.

A advogada por formação e blogueira por profissão Larissa Puppim Pizzol apela para a prática de esportes. “Praticar esporte libera endorfina e me deixa mais aliviada. Faço Muay Thai e Corro na praia. Consigo lidar melhor com estresse do dia a dia” contou Larissa, afirmando que o que a deixa mais estressada é a falta de educação e respeito com o próximo. “Isso me tira do sério mesmo!”, disse.

O diretor de escola Fábio Pio Marques Filho se considera uma pessoa calma e dá dicas de como controlar o estresse do dia a dia. “Eu penso que tudo depende da forma como a gente encara o mundo e as pessoas. Se buscarmos fazer o que gostamos e nos relacionarmos bem com aqueles que fazem parte do nosso círculo social, a tendência a sofrermos pelo estresse será bem inferior” afirmou o diretor. Mas nem as pessoas que se consideram mais calmas, como o Fábio, se veem livres do estresse. “Há uma situação em especial que me deixa bastante irritado, que é quando eu tento dialogar com alguém e não sou ouvido. Pessoas que só sabem conversar gritando. Isso me irrita!” disse.

Segundo a ABS, os benefícios do controle do estresse se manifestam em maior produtividade, melhor saúde, relações interpessoais mais felizes e qualidade de vida mais elevada. Os estudos atuais sobre estresse estão sendo conduzidos por profissionais de várias áreas do saber, como psicologia, medicina, odontologia, educação, esportes, empresas e etc. Esses estudos, especialmente os conduzidos dentro do Brasil, levando em consideração as características do povo brasileiro, são de grande importância para que se possa conhecer as implicações do estresse para a saúde e a doença, a área acadêmica, o campo profissional, a qualidade de vida, a violência urbana e doméstica, o bem estar e a felicidade do ser humano.