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Hábitos de higiene e vacina contra HPV contribuem para prevenir câncer inguinal

O cantor Anderson Leonardo, 51 anos, é vocalista do grupo samba Molejo. Diagnosticado com câncer inguinal em outubro de 2022, está em tratamento desde então. Pela manhã, sua assessoria divulgou nas redes sociais do artista que seu estado de saúde é grave e o artista está internado.

Esse tipo de tumor incomum ficou mais conhecido a partir do diagnóstico do cantor, que abriu o jogo com os fãs ao falar da doença, dando esperança ao público de sua recuperação ao voltar com a agenda de shows.

O cirurgião oncológico Duílio Eutrópio Neto relata que esse tipo não é específico e sim que acomete a região inguinal.

“Esse tipo de tumor acomete a região inguinal, que é a região que compreende a virilha. Ele normalmente é formado por um tumor de outro local que acaba por se desenvolver ali. Os principais são os tumores de canal anal, pênis, vulva, colo uterino e de pele. O tumor até pode se originar na região inguinal, como por exemplo, tumores de pele e os linfomas, que são os tumores mais comuns dessa região. Este tipo de tumor pode acometer tanto homens como em mulheres”, afirmou.

O especialista destaca que o surgimento de ínguas é um dos sintomas mais comuns. “O surgimento de nódulos, ou ínguas, como são mais comuns, em especial os que não regridem após 10 a 14 dias, úlceras, manchas locais, inchaço nas pernas e dor. Importante lembrar que estes sintomas em sua maioria acontecem por doenças benignas, então é importante estar atento, mas não criar pânico”, explicou o médico.

O câncer inguinal é considerado um tipo raro porque se aloja numa região pequena do corpo, com poucas estruturas e, como afirmou o oncologista, a maioria e muito dos tumores que aparecem ali “nascem” em outros órgãos, sendo muitas vezes diagnosticados e tratados antes de se espalhar para a região inguinal.

Para identificar o tumor na região, é preciso que a pessoa tenha seu histórico clínico detalhado e um exame físico minucioso. “O médico levanta a suspeita de um tumor acometendo aquela região e pode solicitar primariamente um exame de imagem para melhor avaliação local, sendo este uma ultrassonografia ou uma tomografia. Em seguida, ou em alguns casos já de imediato, é optado pela biopsia da região que é realmente o procedimento que dará o diagnóstico do câncer e onde saberemos qual sua origem”, disse Duílio Eutrópio.

Como é um tipo de câncer que surge em outros órgão e migra para a região inguinal, é necessário ter atenção especial em todo o corpo. “Muitas vezes, cânceres originários de órgãos que estão próximos da região inguinal, é sempre importante estar atento a eles”, ressalta o oncologista.

Hábitos de higiene e vacina contra HPV contribuem para prevenir câncer inguinal
Duílio Eutrópio Neto, cirurgião oncologista – Foto: divulgação

Higiene

Assim como nos tempos do cólera, lavar as mãos ao chegar da rua, assoar o nariz, lavar as mãos após usar o banheiro, são hábitos que foram reforçados quando a pandemia da Covid-19 surgiu em 2020. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, todos os anos, no Brasil, cerca de mil homens perdem o pênis por falta de higiene pessoal, principal o fator para o surgimento de câncer peniano.

Outro fator importante a respeito do câncer de pênis é a contaminação pelo papilomavírus humano, o (HPV). De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra o HPV tem caído nos últimos anos, o que significa uma ameaça concreta à saúde de milhões de jovens brasileiros, podendo gerar um aumento dos casos de infecção e cânceres evitáveis no futuro.

Em 2019, 87,08% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina. Em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, os números também são preocupantes: a cobertura vacinal caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022.

A vacinação em adolescentes é praticada em mais de 120 países e vários deles já possuem estudos com resultados positivos relativos à prevenção e redução das doenças causadas pelo vírus. Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina contra o HPV para crianças e adolescentes como forma de prevenção para os tipos de vírus 6, 11, 16 e 18, os mais frequentes entre a população.

O oncologista reforça que os hábitos de higiene podem reduzir a doença. “O câncer de pênis, por exemplo, somente com uma correta higienização da região genital já tem sua chance de incidência reduzida. O de Colo uterino é necessário fazer o preventivo anualmente. A infecção pelo HPV está muito ligada a estes tumores desses órgãos, então a vacinação é fundamental e uma eficaz medida que ajuda a evitar o aparecimento destes tumores”, comentou o médico.

Tratamento

Para cada caso, uma sentença, ou seja, o tratamento depende do tipo de tumor, tamanho e origem. “De uma forma geral, exceto os linfomas, fazemos a remoção cirúrgica seguida de um tratamento com radioterapia e até quimioterapia pode ser necessário. A imunoterapia tem se mostrado eficaz e sendo cada vez mais empregado para alguns tipos de tumores, em especial o de pele”, completou Duílio Eutrópio.

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